segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Correio Elegante

Quando nossos pais eram jovens, existia um negocio que se chamava "correio elegante", não era um aplicativo não, naquela época nem celular existia. Normalmente em festas da igreja, os jovens se reuniam e participavam de brincadeiras, e o correio elegante consistia do rapaz  mandar um bilhete para a garota, que era entregue por alguém encarregado, era a chance de se comunicarem e se conhecerem.
Também se utilizavam do alto-falante da quermesse, então o locutor anunciava que tal música foi oferecida por um rapaz de vermelho, para uma garota de blusa amarela, imagina, todo mundo ficava ouriçado procurando os apaixonados.
Sem falar do "footing", que traduzindo significa "andar à pé", onde as garotas se vestiam com a roupa mais bonita e ficavam dando volta na praça, e dando voltas no sentido contrário ficavam os rapazes, as vezes demorava muito tempo para o primeiro sorriso e o primeiro bate papo.
Os tempos modernos não aceitam essa ingenuidade, hoje tudo tem que ser muito rápido, e os celulares com seus aplicativos auxiliam bastante.
No Facebook temos acesso a fotos e pelo Messenger podemos conversar com facilidade, e essa facilidade levou uma garota a receber uma mensagem de um rapaz elogiando-a e dizendo que ela era muito bonita, perguntou de onde ela era, e ela disse que era de São Paulo. Ele mais que depressa disse que era do Rio de Janeiro e perguntou se podia mandar uma foto.
Ela disse que sim, e pensou logo que se viesse algo indesejado ou pornográfico, bloquearia o rapaz, e quando a foto chegou ela observou que como diz o povo nordestino, ele era muito desabonitado.
Ele se justificou dizendo que era mais bonito, mas ultimamente estava meio caído e por isso estava com má aparência, e ela perguntou o porque dele estar caído.  Ele foi sincero em dizer que estava prêso, cumprindo pena por tráfico de drogas.
Nesse ponto o aplicativo funciona melhor que o método da época dos nossos pais, é rápido em bloquear, deletar e esquecer, e o melhor, contar para os amigos e rir.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Masterchef, palavra da moda.

Ela se orgulhava de ser excelente cozinheira, falava que sua feijoada era única, a bacalhoada não tinha para ninguém, mas o seu forte mesmo era paella.
Nenhum restaurante de São Paulo fazia uma paella igual a sua, para ser mais precisa, a que chegava mais perto era a do Dom Curro, um restaurante especialista em comidas espanholas.
Foram tantas as propagandas que os amigos a intimaram a fazer uma paella onde se reuniriam e tirariam a prova.
No dia combinado quando chegaram à sua casa, a paella já estava pronta, o cheiro era irresistível e a aparência muito boa.
Todos sentaram e provaram a iguaria, e os elogios pipocavam na mesa. Realmente ela sabia fazer esse prato maravilhoso, e entre os comentários alguém disse que era igualzinha a do Dom Curro, senão melhor.
Estava tirada a prova, agora surgiam novos desafios, mas ela deixou claro que só faria outro prato depois que todos também mostrassem seus dotes, e a gente sabe né, que todo mundo sabe fazer algo especial.
No dia seguinte o lixeiro recolhia o lixo na rua, e era acostumado a identificar e analisar as pessoas pelo lixo que jogavam, e foi categórico ao afirmar que naquela casa tinham muito bom gosto, além das garrafas vazias de vinho verde, as embalagens para viagem do Dom Curro se destacavam.
Para a cozinheira não teria problemas se alguém descobrisse sua fraude, ela pensou e pensou e resolveu, que se alguém a desmascarasse ela faria igual as artistas da televisão quando lhes perguntam se seus seios são seus mesmo, elas respondem que são sim, afinal foram pagos por elas mesmo.

O Sermão do Morro

Como seria o Sermão do Monte nos dias de hoje?

Adaptação feita do texto de Humberto de Campos (espirito),  psicografado por Chico Xavier 

O Sermão do Morro

Depois que a televisão e as redes sociais começaram a falar da Boa-Nova, todos os enfermos e derrotados de Corazim, Magdala, Betsaida, Dalmanuta e outras cidades importantes do lago, enchiam as ruas de Cafarnaum em grupos ansiosos.
Os seguidores de Jesus eram muito procurados por estarem em contato constantes com o mestre; Filipe era abordado por doentes, Pedro tinha a casa cercada por pessoas desalentadas e tristes.
Outro grupo de infelizes, num transito infernal, entre buzinas e aceleradas, procuravam Levi em sua rica casa pedindo detalhes sobre o Evangelho do reino para que pudessem também colaborar, e Levi, um intelectual em sua  casa, descartou a ajuda dizendo que Lisandro era aleijado, Áquila foi abandonado pela própria família por serias acusações e Pafos não conseguiria edificar nada com suas aflições.
Somente assim eles cabisbaixos reconheceram suas penosas deficiências, mas as palavras de Jesus diziam que seu amor viera buscar todos que se encontrassem com tristeza e angustia no coração. Quando a van encostou em frente a casa de Levi, os visitantes, Jesus e André, desceram e se puseram em acalorada palestra com o coletor, mostrando detalhes no notebook, quando ingenuamente o coletor comentou o acontecido à alguns instantes.
Jesus, carinhosamente disse que precisamos amar e aceitar a preciosa colaboração dos vencidos do mundo, e se o Evangelho é a Boa-Nova, como há de ser a mensagem divina para eles, tristes e deserdados na imensa família humana?
Os vencedores, donos de fortunas, mansões, iates, jatinhos, não precisam de boas noticias, mas os derrotados ouvem mais alto a voz de Deus.  Os vencedores só tem uma preocupação no mundo, defender o fruto de sua vitória material.
Levi envergonhado se desculpou dizendo que só queria apressar a supremacia do Evangelho entre os que governam o mundo, e Jesus disse que quem governa o mundo é Deus,  e o amor não age com inquietação.
Jesus também mandou imaginar que se os poderosos viessem desejosos em aceitar o Evangelho, se oferecendo para cooperar com nosso esforço, certamente trariam muitos soldados, carros de triunfo, espadas e prisioneiros.
Começariam protestando contra nossas pregações pelas estradas, e por não estarem desarmados das vaidades das vitorias, edificariam suntuosos templos de concreto e com certeza disputariam a ferro e fogo o estabelecimento do reino de Deus, exterminando uns aos outros em seus pontos de vista.
A pretexto de lutarem em nome do Céu, espalhariam incêndios e devastações em toda terra, e seria justo trabalharmos por cumprir a vontade do nosso Pai, aniquilando nossos irmãos?
Jesus continuou dizendo que era imprescindível atentarmos para as almas brandas e humildes dos vencidos, e elas seriam a terra fecundada pelo adubo das lágrimas e das esperanças mais ardentes, onde as sementes do Evangelho desabrochariam para a luz da vida.
André e Levi escutavam de olhos úmidos as palavras de Jesus e chegando Tiago, João e Pedro, tomaram a van e partiram para o morro próximo.
Entre centenas de carros velhos, ônibus e motocicletas estacionados, vendedores de cachorro quente, pipoca e pastel, as pessoas aguardavam Jesus, velhinhos trêmulos, motoboys, lavradores simples e generosos, mulheres do povo com seus filhinhos, cegos, crianças doentes, leprosos e aleijados.
A voz de Jesus caia como um bálsamo eterno sobre os corações desditosos:
-Bem-aventurados os pobres e os aflitos!
-Bem-aventurados os sedentos de justiça e misericórdia!
-Bem-aventurados os pacíficos e os simples de coração!
Falou muito do reino de Deus, e suas promessas pareciam dirigidas ao incomensurável futuro humano, Levi sentiu e compreendeu os que abandonam as ilusões do mundo para se elevarem à Deus, e observou as filas dos humildes que fotografavam e tiravam selfies com o celular, e se retiravam tomados de imenso conforto, e os amigos que o visitaram à tarde desciam o morro abraçados com uma expressão de grande ventura.
No dia seguinte Levi abriu as portas a todos os convivas do dia anterior, e quando Jesus partiu o pão, Levi abraçou o aleijado Lisandro com sinceridade de sua alma fiel, e Jesus disse que o seu coração rejubilava com ele, porque são bem-aventurados todos que ouvem e compreendem a palavra de Deus!


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Caravana 1

O vendaval no dia anterior prenunciava uma experiência diferente, e a insegurança e a expectativa me deixavam ansioso. Nos reunimos no centro espírita para participarmos da caravana de evangelização.
Para alguns dos participantes aquilo já era uma rotina e para outros como eu seria a primeira vez. O passe foi o primeiro passo para oficializar o evento, e logo após veio a leitura do evangelho e o pedido de proteção da espiritualidade para obtermos o intento.
O pessoal foi dividido em alguns carros e partimos para o local, onde famílias nos aguardavam com muito carinho. A primeira casa ficava no fundo de um terreno com muito declive, que para se chegar lá tem-se que descer uma escada estreita e sinuosa em alvenaria e para contrariar o que nos foi informado, era uma casa bem pequena, porem acomodou todos os participantes mesmo que eu não pudesse movimentar os braços. Era uma família feliz, uma mãe e seu filho, um rapaz autista, onde se percebia o amor que existia ali, o rapaz adotado desde bebê já com traços de ser especial, abraçava a mãe constantemente e a beijava. A mãe sorridente comentava amenidades, e o rapaz apesar da dificuldade ainda leu um pequeno trecho do evangelho, via-se que era alfabetizado e segundo a mãe, tinha capacidade de calcular que dia da semana cairia um dia qualquer que fosse informado.
Próximo do local, no mesmo bairro, visitamos a segunda casa, e na cama uma senhora de 91 anos nos aguardava com um copo de agua na cabeceira para ser fluidificado. Com o terço nas mãos e a mente muito vívida conversou com todos, acompanhou o evangelho no lar e identificou as pessoas novas no grupo, agradeceu nossa visita e disse que aguardava a próxima.
A terceira casa ficava bem ao lado e uma professora de inglês e sua mãe de 89 anos nos aguardavam. Talvez fossem os mais espiritualizados dos visitados, acompanharam e agradeceram o evangelho no lar, ficando já marcada a próxima visita. Meus olhos de diabético não deixaram de ver sobre o armário da cozinha um grande vidro cheio de forminhas, e como suspeitei eram para fazer doces, afinal pão de mel era a especialidade da mãe da professora.
Na quarta e última casa que não ficava muito longe no mesmo bairro, fomos recebidos com um pouco de rispidez até que a senhora identificasse os visitantes, e como no local o marido trabalhava consertando um pneu, ela foi convidada a fazer o evangelho em frente a casa próxima.
Depois de reclamar muito da vida e do desgosto que passava pelas dificuldades da filha com o genro sem emprego, nos falou que quando o genro disse que tinha conseguido um emprego, ela logo anteviu que tinha boi na linha, ou seja, o seu negativismo e falta de fé parece que atraíram uma situação que o genro perdeu o emprego mesmo antes de ter conseguido.
Foi orientada pelo dirigente do grupo à orar, ter fé e não querer carregar sozinha o mundo nas costas, ela que já tinha enfrentado tanta coisa na vida e também tinha uma coisa muito boa, o seu netinho.
Voltamos para o centro espírita, e depois de outro passe foi dada por encerrada aquela caravana, já tendo sido programada a próxima, e fomos lembrados por outro dirigente que o que fizemos aquele dia foi o mais próximo que Cristo fez: levar uma palavra de amor para quem estivesse precisando.
E para mim pessoalmente, ficava a satisfação de ter esse amor e poder dar sem prejuízos, e  pelo contrario, tornando meu coração mais rico e mais feliz.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

E agora José? (6)

Ajude conversando. Uma boa palavra auxilia sempre.

Gosto muito de ajudar as pessoas conversando. Acredito que o grande problema do ser humano quando esta numa situação difícil é se sentir inseguro e achar que é a única pessoa no planeta com problemas. Quando confessamos com o padre por exemplo, ele não pode nos perdoar de nossos erros e o que pode é nos ajudar com algum conselho ou orientação, mas o mais importante é colocarmos o problema para fora, e se o erro é nosso, o  reconhecimento nos traz alivio.
Com um amigo acontece o mesmo processo, você desabafa e ele fala de si próprio ou de outra pessoa que passa ou passou pelo mesmo problema, então nos aliviamos em sabermos que não somos a única vitima, que problemas são comuns a todos os seres humanos.
Existem milhares de exemplos na literatura e no evangelho para mostrarmos e tentarmos copiar.
Uma boa palavra levanta o moral de uma pessoa, o conforta e o consola. Falar com alguém que esta precisando, levando o otimismo me traz prazer e me faz sentir bem.
Por outro lado, não me peçam nada de material, comecei a trabalhar com onze anos e tudo foi muito difícil para mim, portanto não dou esmolas, não dou moedas nos faróis, não dou moedas do troco na Drogasil e nem no Mac Donald. Não confio na campanha "Criança Esperança" e cansei de ver mendigos ganharem cobertores e roupas em dias frios e os abandonar na rua no dia seguinte.
Talvez eu seja desconfiado em excesso, e peço sempre perdão a Deus se eu estiver errando, mas tento ser cristão no dia a dia com meus semelhantes e sempre tenho uma palavra de apoio e um ombro amigo a quem estiver precisando.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Denise

Como toda criança, assim que se entendeu por gente foi procurar o significado do seu nome, e viu que era de origem francesa, uma variação de "Dione" que vem do grego, esposa de Zeus, nome também associado à Dionísio, deus do vinho.
Na adolescência pensava em que iria se formar, várias carreiras passaram por sua mente, mas a que mais a tocou foi a Psicologia, uma carreira que estuda o comportamento humano e os processos mentais, e como Zeus é o deus dos Céus, Raios e Relâmpagos, então ela estudaria  o ser humano na terra, seus raios e relâmpagos emocionais.
É provável que se tivesse escolhido outra carreira seria bem sucedida também em função de ser dedicada e centrada, mas o destino já é predeterminado e nos conduz aos desígnios de Deus.
Mas não bastava a ciência para fazê-la entender o ser humano, queria algo mais, e foi procurar outras respostas na espiritualidade, aliás tanto na ciência como na espiritualidade o estudo será a vida inteira, porque quanto mais sabemos mais percebemos que nos falta muito à saber.
E assim ela segue seu destino orientando e ajudando muitas pessoas, sendo a mãezona e um ombro amigo de quem a procura para um apoio ou esclarecimento.  Mas tal qual o deus Dionísio, ela também gosta de um bom vinho e é um bom papo durante um happy hour.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

A vida continua!

Ele chegou aturdido!, caiu em si e viu que estava chegando aos 60 anos de idade, pensando mais concluiu que não viveria mais 60 anos, ou seja, já tinha passado da metade da vida, muito mais da metade.
Os filhos estavam fora do país, agora eram a esposa e ele, e já estava indo para o quase final. Era transtornante, chocante, desesperador. O que fazer?, poderia ficar em casa refletindo nos erros do passado, lamentando o que não fez, a faculdade que queria fazer e não foi possível por algum motivo, a aulas de piano que tanto pensava em um dia fazer;  curtir os netos seria impossível, os filhos estavam no exterior.
Poderia ser diferente, porque Deus fez nossas vidas assim? Você nasce, cresce, educa os filhos, casa os filhos, e de repente tudo se acaba. E não importa se seu trabalho vai ficar na eternidade, não importa se você criou algo que vai beneficiar toda a humanidade, não importa que seu nome será lembrado por muitas gerações, tudo se acaba.
Mas pense bem, imagina a grandiosidade de quem fez essa imensidão do espaço, e mesmo o planeta em que vivemos  que ainda não o conhecemos por completo, será que esse Deus que fez o homem à sua imagem deixaria ele viver um período tão pequeno, fazendo maravilhas, deixando belos rastros e depois morrer e voltar à terra , se decompondo e acabando?
Esse Deus em sua perfeição e justiça permitiria que uma criança nascesse com deficiência física ou mental por um simples capricho? Ou seria para punir a criança ou os pais e os avós, mas punir porque? . Pelo que fizemos em outras vidas?
Pela beleza da obra de Deus, pela perfeição do que nos deu, só se consegue imaginar um Deus justo e bom, além de nos fazer à sua imagem e nos dar o livre arbítrio.
Tudo que é material não se acaba, se transforma, nosso corpo se decompõe mas não se acaba, se incorpora à terra. Será que esta centelha divina que carregamos no corpo vai se acabar ali na morte física, quando o corpo se transformar?
Com certeza não. A vida não acaba ali, e o homem vive tentando entender e mostrar cientificamente o que acontece. Precisamos ter fé, a fé é a mãe da esperança e da caridade.  Mas como? Quem esta com a verdade? , não sabemos, portanto nós é que temos de fazer nossa verdade.
Para fazermos nossa verdade temos que pesquisar e acreditar no que quisermos, para isso temos o livre arbítrio. Então o importante é escolher um caminho, uma religião qualquer, afinal todas as religiões são iguais, só mudam as palavras e os termos que usam, o sentido é sempre o mesmo. E a partir dai fazer o mais difícil: fazer a nossa verdade sabendo que a coisa não acaba na morte, e vamos fazê-la continuar melhor do que esta, e tenhamos fé, nós podemos!


E agora José? (5)


Discuta com serenidade; o opositor tem direitos iguais aos seus

Não sei se é pela minha idade ou por experiência própria, mas me saio muito bem quando discuto com alguém. Normalmente procuro ser educado tentando explicar meu ponto de vista e procurando fazer o opositor entender o que explico.  Também ouço seu ponto de vista e vejo onde ele esta errando para mostrar que ele não esta com a razão.  É importante manter a serenidade e estar com a razão, isto nos mantem calmos mesmo quando o opositor é mal educado.
É importante ouvirmos com atenção e caso constatamos que o opositor esteja com a razão, pedimos desculpas e nos corrigimos, isto podemos fazer sem nos rebaixarmos nem nos humilharmos.
O grande problema de lidarmos com o ser humano, é que as vezes ele não esta com a razão e também não sabe seus direitos, ai onde temos que usar nosso talento e jogo de cintura.
Já passei por uma situação que o opositor não sabia seus direitos, nem como era a lei, e não queria entender minha explicação, então tive que agir como não é do meu costume e como se diz popularmente ganhar no grito. Gritei alto falando no mesmo nível dele, somente assim ele abaixou a cabeça e foi embora.  Vejam, eu não sei os problemas que ele estava enfrentando e não sei como estava seu emocional, pelo jeito estava descontrolado.
Também existe a situação do opositor estar querendo levar vantagem, tirar proveito numa situação, então é preciso falar com serenidade, mas falar firme, sem duvidas para que ele não sinta nossa insegurança.
 

sábado, 8 de setembro de 2018

Sonhando em Bofete

Sonhe, sonhe, saia da Marginal e entre na Castelo Branco. Agora o coração bate mais forte, você passa em Alphaville e vê a pujança da região, sonho de ousados que se tornou realidade.  Logo adiante tem a placa de Araçariguama, e em cima do morro tem um avião cinema, foi o avião dois de Juscelino Kubitschek que agora virou sala de projeção numa cidade que é o portal do interior.
Sonhando você chega em Boituva e vê o céu coalhado de balões e paraquedas, fruto do Centro de Balonismo e Paraquedismo, o maior da américa latina, e pouco depois chega em Tatuí, a capital da música caipira e dos doces caseiros.  Em seguida você avista a cidade de Torre de Pedra, e o que deu nome a cidade é uma imensa torre de pedra feita pela natureza, caprichos de Deus naquela região.
Chegando em Bofete você passa no bairro da Mina, local onde foi perfurado o primeiro poço de petróleo no Brasil, onde encontraram água sulfurosa e apenas quatro barris de petróleo, hoje sabe-se que o petróleo esta abaixo do aquífero Guarani.  O aquífero Guarani se estende pelos territórios do Uruguai, Paraguai, Argentina e Brasil, sendo na região de Bofete um dos pontos de maior absorção em função do arenito Botucatu e Bauru.
Em Bofete passa a rota do Peabiru, caminho usado pelos Incas que vinham do Peru e queriam alcançar São Vicente no nosso litoral.  Do centro da cidade se vê o Gigante Adormecido, sendo seus pés formados pelas Três Pedras, cheias de mistérios sobre aparições de discos voadores, intenso magnetismo, e antigo templo sumério dos adoradores de Satã, além de estranhas inscrições em cavernas nas proximidades.
Assim, Bofete antes chamada de Samambaia e Rio Bonito, teve seu nome modificado em função do Morro de Bofete, que assim foi chamado por tropeiros que guardavam alimentos em uma gruta neste local, local assemelhado a um buffet de cozinha, palavra francesa que acaipirada se tornou "Bofete"
Bofete é uma das dez cidades que fazem parte do "Polo Cuesta" por ter potencial turístico, e ali a natureza foi pródiga além da energia do local e do povo serem muito boas. 
No largo da Matriz, em frente a paróquia Nossa Senhora da Piedade, de cor azul, você esta à duas horas da terceira maior megalópole do mundo que é São Paulo, e se vê os paradoxos desse lugar maravilhoso, um cavaleiro montado em seu cavalo, que é seu único meio de transporte, veio à cidade comprar suprimentos para levar para o sítio, e do outro lado,  outro cavaleiro com um cavalo de raça, vestido à caráter com chapéu, botina, calça jeans e camisa xadrez ,guardando o celular no bolso e abrindo uma latinha de cerveja.
Sim, aqui é Bofete, pode sonhar à vontade!

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Ricardo, o guerreiro

A cegonha apressava Deus para entregar logo o rebento porque era dia do seu rodizio e já estava atrasada. Deus pediu calma dizendo que ainda ia demorar um pouquinho porque para fazer coisa bem feita não se pode fazer de qualquer jeito.
Então Deus perguntou para o Ricardo se ele tinha alguma preferência, o que de imediato ele respondeu que gostaria de ser mecânico.
Deus achou melhor que não, porque em outra vida Ricardo tinha tido um carro e quando a placa estava caindo levou num mecânico para parafusar, coisa fácil de resolver com uma simples chave de fenda, portanto para mecânico ele não tinha vocação.
Então Ricardo disse que poderia ser médico e Deus de pronto disse que ele em outra vida tinha fugido do exame da próstata, consequentemente não teria moral para cobrar esse exame de ninguém.
Deus achou a solução, lembrou que em outra vida Ricardo tinha nascido numa aldeia gaulesa e tinha sido amigo de Asterix e Obelix, ajudando-os a caçar javalis e assar na fogueira, assim o melhor seria Ricardo ser um manipulador de carne, um vendedor de carne para ser mais preciso.
Uma profissão sem limites, que pode vender limões no farol ou pode vender supersônicos para outras nações, uma profissão que não precisa de escola nem de faculdade, mas o essencial e que tenha amor.  Sem amor nem com mil faculdades se atinge o objetivo e é bem sucedido.
Deus também pensou na possibilidade de fazê-lo um rei, mas já tinha feito um na Inglaterra que também era Ricardo e também era guerreiro, e Deus odiava esse negócio de homônimos e também não tinha necessidade de repetir receitas.
O diabo que olhava tudo de espreita pensou que se Ricardo não tivesse sido em outras vidas bom pai e bom filho agora estaria em seus domínios, então estaria ferrado, o faria vender a própria carne, seria Ricarda, uma prostituta!
Mas contra a lei de causas e efeitos não existe escapatória, e se Ricardo tinha sido bom pai e bom filho e tinha feito boas ações, agora estava na tutela de Deus e então seria um vendedor, um grande vendedor, Ricardo, o guerreiro, afinal ninguém pode fugir dos desígnios de Deus.

sábado, 28 de julho de 2018

A viajante

Era a terceira vez que a vi na rua João Ramalho próximo a Av. Sumaré, um tipo magra, alta, com a idade entre 45 e 50 anos, sempre com duas malas de rodinha como se estivesse pronta para viajar.
Como estava frio ela vestia um elegante sobretudo, era uma típica passageira de trem, embora ali não existisse nenhuma estação.  O mais provável era que estivesse esperando um taxi ou uma carona pois não estava próxima ao meio fio, e a postura ereta era bem elegante e condizia com o glamour do bairro.
Entre as mil possibilidades podia ser que estivesse indo para a casa do filho, ela seria a sogra chata que iria passar uns dias e se intrometer na vida do casal, ou então poderia ser a sogra maravilhosa que iria para a casa da filha para ajuda-la cuidar do bebe recém-nascido nos primeiros dias de vida.
Também poderia ser uma secretaria que iria para o aeroporto pegar um voo  para o nordeste, presente do seu diretor em aproveitamento de milhas acumuladas.
Olhava um cartão na mão como se conferisse algum detalhe, provavelmente um cartão de banco.
A noite caia, e ela deixou as malas na porta do bar pedindo que o atendente tomasse conta, e foi ao toalete, na saída sorriu para o atendente que lhe entregou uma sacolinha com um marmitex e desceu a  rua procurando um lugar aconchegante para pernoitar.
Mais uma vez olhou o cartão e confirmou que a igreja só iria dar a cesta básica no dia seguinte, então ai por alguns dias teria mais conforto sem depender da caridade do atendente do bar.
Foi até uma porta mais recuada, abriu a mala e retirou um papelão, se ajeitou, comeu o marmitex e se preparou para dormir se cobrindo com um cobertor velho.  Mais uma noite que ela dormia na rua, e lembranças percorriam sua cabeça, e podiam ser mil possibilidades de lembranças.

E agora José (4)

Ajude sem exigências, para que os outros o auxiliem sem reclamações

As pessoas com que me relaciono, eu ajudo sem exigência alguma e também espero que me auxiliem não por obrigação, mas de boa vontade e sem reclamações.  Ajudar me faz bem, me da prazer, me realiza e me faz sentir melhor.
Se eu as ajudasse esperando o retorno ou o pagamento de um auxilio sem reclamações com certeza me decepcionaria porque muitas vezes nunca teria um auxilio que estava esperando, entendo que no ser humano além do não reconhecimento de alguns também tem a ingratidão de outros.
Tento no meu dia a dia agir como um cristão, se não ajudo ou não posso ajudar, também não atrapalho e deixo cada qual seguir seu caminho e suas escolhas.  Agora um situação bem oposta é no trabalho lidando com o cliente que o ajudo não exigindo mas esperando um retorno e também espero que eles me auxiliem sem reclamações e com satisfação, afinal na atividade  comercial tem que haver reciprocidade de satisfações para que o ato comercial volte a acontecer.
O sucesso do comercio não é apenas uma única venda de um produto ou serviço, é o retorno e a repetição do ato comercial quando o cliente fica satisfeito.
Mas no meu dia a dia, como a ação de ajudar é automática, e por ter se tornado rotina, tanto para as pessoas que convivo como para os clientes, faço sempre com prazer.
Ainda, no meu contato esporádico com outras pessoas, dando passagem no transito ou preferencia para alguém passar na minha frente, nunca me sinto inferior, pelo contrario, por dentro me sinto superior.

domingo, 15 de julho de 2018

Morreu ontem, mas hoje ja foi para o trabalho

Naquela época ele fazia cursinho preparatório para o vestibular, e como não gostava de estudar em casa, fazia questão de não faltar nas aulas e prestava muita atenção nas explicações dos professores.
Durante uma aula de biologia de um excelente professor que ensinava imitando as vozes de personagens de desenho animado, ele teve uma súbita falta de ar, o que o fez se levantar e se retirar da sala de aula.
No caminho de casa dentro do ônibus teve novamente aquela falta de ar, e quando chegou em casa falou com sua mãe que o levou à farmácia. O farmacêutico mediu sua pressão e disse que estava  normal, que aquilo não era nada, era só um problema nervoso.
Nunca mais conseguiu ir no cursinho, agora a ansiedade não o deixava ficar numa sala fechada, e tinha dificuldade para ficar no trabalho, muitas vezes ia ao cinema e não conseguia assistir o filme inteiro, sentava sempre perto do corredor para poder sair a qualquer momento e colocava os joelhos na poltrona da frente como que para se obrigar a ficar no lugar.
Sentia também uma pressão na cabeça bem na testa e sua vontade era que fosse possível abrir a cabeça para ver onde estava o problema. Nessa época ainda não se conhecia a Síndrome do Pânico, e o que ele sentia era considerado simplesmente um problema do sistema nervoso.
Dai começou a maratona à médicos da saúde publica ou do sindicato, e a pergunta dos médicos eram sempre as mesmas, se dormia bem, se tinha uma vida sexual normal ou então pior ainda, nem levantavam a cabeça, simplesmente receitavam algum remédio faixa preta.
Ele procurou centros espiritas e umbandistas e a resposta era sempre que algum irmãozinho espiritual o estava incomodando, também parou em rodas evangélicas nas ruas e por ultimo chegou a ir numa igreja Seicho-No-Ie.
Numa das idas à um psiquiatra ele se queixou para o medico que queria resolver seu problema, queria ser curado, e não queria ficar como algumas pessoas com os olhos estatelados ou esbugalhados na sala de espera que iam mensalmente no consultório buscar a receita médica.
O médico muito atencioso disse que seu problema era psicológico e não psiquiátrico e que a saúde pública não dispunha dessa modalidade para adultos, somente para crianças, então ele o encaminhou para uma psicóloga da clinica que se propôs a encaminha-lo para psicólogos terceiranistas da Usp ou Puc.
Nesse interim chegou a seu conhecimento uma clinica de parapsicologia fundada pelo cientista brasileiro Prof .Dr .Frei Albino Aresi que era uma sumidade respeitada no mundo inteiro pelos seus estudos nessa área da medicina. O tratamento era feito sem remédios somente usando a parapsicologia com suas ferramentas entre as quais regressão de idade e hipnose.
Durante as varias sessões do tratamento, até seu olhar mudou de expressão, isso quem falou foram duas irmãs que também frequentavam a clinica com um filho de uma delas, que tinha um, problema aparentemente simples, não conseguia desfalecer quando ia dormir, ficava com os olhos arregalados e só percebia que tinha dormido quando acordava no dia seguinte, ou seja tinha medo de como se diz poeticamente, se entregar nos braços de Morfeu. O problema foi resolvido com regressão de idade, descobriu-se que quando ele era bebe seu avô tinha morrido e ele tinha medo de dormir porque tinha medo de morrer, ele associava o sono à morte.
A cura foi imediata, problemas assim quando são descobertos o motivo, a cura é instantânea. Mal sabia o bebe ou talvez soubesse muito bem que toda noite morremos e todo dia novamente nascemos para a vida.
Mas voltando ao assunto anterior o tratamento prosseguia e o ponto alto foi quando ele em estado Alfa, plenamente consciente, foi orientado pela paranormal que o acompanhava a mentalmente abraçar seu pai, o que não conseguia de forma nenhuma, e foi obrigado, quando a paranormal apertou com a unha o lóbulo de sua orelha induzindo-o pelo subconsciente a aceitar uma ordem, e fê-lo entregar rosas vermelhas para seu pai, afinal rosas vermelhas significam amor.
A cura a grosso modo aconteceu, mas os medos tinham que serem superados aos poucos, e farpas psicológicas só foram restauradas após anos, uma luta contínua dele com ele mesmo, sem remédios químicos, mas com a ajuda de Deus.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

E agora José ? (3)


A sua irritação não solucionará problema algum

Algumas coisas me irritam. Pessoa insistente é uma delas,
 a pessoa me liga tentando me convencer a comprar algo que eu não quero, só que ela usa a tecnologia e sabe meu nome e sabe meus dados.  Já aprendi ser curto e grosso, falo que não tenho interesse nem de conhecer os detalhes, nem de saber as  maravilhas que estou perdendo, agradeço muito e me despeço.
Outra coisa que me irrita é ligar o radio do carro ou a televisão e o assunto ser futebol ou ainda se  a emissora estiver meio fora de sintonia com chiados ou imagem ruim, de imediato mudo de estação e na pior hipótese desligo o aparelho.
Mas o que pega mesmo é quando estou na estrada e o carro da frente começa a ficar lento, talvez olhando o celular, e começa a se distanciar do carro a frente dele, acho um tremendo desrespeito e assim que possível o ultrapasso e desejo que fique com Deus, mas bem longe de mim.
Tanto no atendimento do telemarketing, como na emissora que transmite futebol ou esta fora de sintonia ou dos distraídos na estrada, sei que não adianta me desgastar e me irritar porque não vou mudar nada, então quem muda sou eu. Eu posso!
Mas escrevendo isso concluo que tomo essas atitudes de imediato não porque eu seja bem resolvido não, constatei que tenho um defeito grande: sou impaciente mesmo.

domingo, 1 de julho de 2018

Bola de cristal

As imagens estavam turvas, mas elas falavam de flores, muitas flores, um homem forte com mãos grandes aparecia, queria que ela nunca saísse do seu lado, seria um amor eterno.
Visualizava também um lugar muito sereno, arborizado, os pássaros cantando e muita paz a sua volta, era como se fosse um mundo de fantasia, durante o dia o sol dourado no horizonte e a noite as estrelas piscando no céu.  Era um verdadeiro sonho, seria um amor utópico.
Ela contava para a mãe o que a vidente tinha falado, e viajava em seus sonhos, suas ilusões, e a mãe descrente dizia que tudo isso eram bobagens, que ninguém poderia ver numa bola de cristal o futuro ou o passado, e que até o presente que estamos vivenciando não conseguíamos enxergar e entender bem.
Mas o coração jovem suspirava e a esperança de realizar os sonhos cegava-a.
Um mês depois do corpo ser encontrado com sinais de asfixia por mãos fortes no pescoço, a mãe saia do cemitério e em lagrimas lembrava da visão da vidente, ela tinha acertado até nos mínimos detalhes, que pena que tinha acertado, mas a bola de cristal é igual o presente que vivenciamos, não enxergamos e não entendemos bem.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

E agora José? (2)


O seu mau humor não modifica a vida

Verdade, se mau humor modificasse a vida para melhor, eu procuraria ficar sempre mau humorado e de cara feia.
A vida não é um mar de rosas, problemas acontecem todos os dias para nosso amadurecimento e crescimento espiritual. Tento ver nos obstáculos o lado bom, mas isso não é por acaso, tenho comigo que sou uma pessoa abençoada e protegida de Deus, e quando acontece algo ruim sou otimista em pensar que escapei de algo pior que iria acontecer.
Meu espirito esta sempre bem humorado, em todas as situações sempre lembro uma piada, acredito que rir é o melhor remédio e a solução de todos os problemas.
É logico que as vezes me sinto contrariado e aborrecido com algo ou com alguém, mas sei superar bem.  Acredito que Deus nos criou para sermos felizes e vivermos felizes porque é assim que nos sentimos bem.
Quando você vai conversar com alguém e inicia dizendo bom dia e sorrindo, você quebra o gelo e cria uma ponte mostrando que a pessoa não esta enfrentando um inimigo e sim um amigo.
O bom humor é fundamental para que construamos um ambiente cordial e possamos nos relacionar bem.
Outra coisa, estar de bom humor e sorrindo não quer dizer que eu seja bobo não, atitudes sérias se toma com serenidade sem precisar franzir o cenho.



segunda-feira, 25 de junho de 2018

E agora José? (1)

E agora, José?
a festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Todos estavam de crachá com seus nomes em letras garrafais, exceto José, e todos deveriam se apresentar e falar sobre a expectativa do curso que se iniciava, Quando chegou a vez de José falar, ele explicou que estava sem crachá porque José é José, e José não precisava de crachá, e que com certeza, dai para frente ninguém mais esqueceria seu nome. E iniciou o primeiro tema:

Nas lutas habituais, não exija a educação do companheiro, demonstre a sua.

Luta é onde há uma situação de discórdia. Se for com um colega ou com um cliente tenho que ser educado por questão de ética e também porque é do meu feitio. 
Tenho que mostrar o erro sem ofendê-lo e estar preparado para sua falta de educação porque as vezes não sei com quem estou lidando, seus problemas, sua situação e seu estado emocional.
Não posso humilhá-lo e sim fazê-lo entender.
Mas tenho que ter razão, se eu estiver errado devo reconhecer o erro e pedir desculpas.
Devo lembrar que muitas vezes sou provocado para falar besteira e quando falo besteira perco a razão.
Uma vez vi o Abílio Diniz dizer que o cliente sempre tem razão, isto é subestimar a inteligência do cliente, só tem razão quem esta certo, do contrario tenho que mostrar com educação o erro, sem constrangê-lo.
As vezes é bom recorrer ao bom humor para quebrar o gelo tornando o dialogo mais agradável.
Se  não houver acordo e a pessoa estiver irredutível, as vezes histérica, e eu estiver com a razão, o melhor é pedir desculpas, virar as costas e ir embora, mas não deixo de avisá-la antes.
Em casa talvez por eu ficar mais a vontade e baixar a guarda, não tenho tanto controle, fico irritado e perco o domínio da situação, depois tendo que pedir desculpas, reconheço que tenho que trabalhar melhor esta situação.




quinta-feira, 19 de abril de 2018

A invenção da roda

Estamos na Mesopotâmia no ano de 4.000 AC, e Ubaid chama a atenção de seu filho Uruque para recolher lenha antes que chovesse. Esse era o trabalho de Uruque, recolher lenha, mas o que ele queria mesmo era cuidar da vaca, um trabalho que seu pai tinha destinado a seu irmão Ur.
Uruque recolhia a lenha e trazia aos poucos sobre os ombros que iam se machucando e calejando, as vezes trazia arrastando no chão, mas era um trabalho muito pesado.
Uruque tinha visto na cidade homens carregando pedras imensas que iam rolando sobre troncos de arvores, então pensou em fazer o mesmo, mas um tronco de arvore também era pesado para rolar, e a ideia foi cortar o tronco em rodelas, assim nasceu a roda, e para ligar uma rodela a outra precisaria de um apoio, assim nasceu o eixo.  Como a lenha era miúda e era impossível equilibra-la sobre o eixo, teve a ideia de fixar ali uma plataforma, e para puxar a plataforma colocou dois varais de madeira. Tinha nascido a carroça.
Seu pai Ubaid vendo isso chama o filho de vagabundo por ter  preguiça de carregar a lenha nas costas e ficar inventando subterfúgios, e a esposa de Uruque chama-o de inteligente, afinal porque fazer muita força se com pouca força poderia transportar muito mais lenha?
Mas tudo isso são só divagações, talvez até chegar da roda à carroça tenha demorado anos, mas uma coisa é certa, alguém inventou a roda e passou a usa-la para  o transporte de alguma coisa, e esse invento que  talvez seja o maior invento da humanidade  passou desapercebido, não foi registrado o nome do gênio que inventou.
Agora no Brasil em 2.018 DC, Thomaz Edison e Santos Dumont tem seus nomes gravados na historia da humanidade, mas o inventor da roda nem se sabe quem foi.
Reles cantores e jogadores de futebol ficam milionários com um trabalho que não tem peso nenhum para a humanidade, logico, não esquecendo a alegria que proporcionam aos que ouvem ou assistem, mas pode-se comparar com o valor da invenção da roda, de quem não sabemos nem o nome?
Pobre Uruque, que Deus o tenha!

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Os Cinco Sentidos

Na escola logo cedo aprendemos o que são os cinco sentidos, Visão, Tato, Audição, Olfato e Paladar. Eles são essenciais para nossa sobrevivência, mas no meu ponto de vista, o mais importante é a visão.
Uma pessoa cega desce a rua com uma bengala, vai tateando a calçada para evitar degraus e obstáculos, não sabe o que pode encontrar à sua frente ou já esta tão acostumada que conhece todos os obstáculos pelo caminho. Soube de um caso que a criança era daltônica, não conseguia identificar as cores, é como se estivesse vendo uma TV em branco e preto, e sua mãe se achava culpada, achava que não tinha ensinado as cores para a criança.
Quem perde o paladar perde um dos grandes prazeres da vida, saborear os alimentos que mantém nosso corpo.  A audição muda o comportamento da pessoa, além da dificuldade de comunicação, ela fica limitada em seu mundinho e normalmente fala alto, muito alto, porque não tem noção do volume, isto quem perdeu a audição durante a vida, porque se já nasceu surdo,  normalmente nem aprende a falar. 
Engraçado é que nossa voz, que nós ouvimos, não é a mesma que as pessoas que nos cercam ouvem, o som vibra em nossa caixa craniana modificando os sons. Fala-se que Beethoven quando ficou surdo, colocava um pedaço de madeira na boca e encostava a outra ponta no piano, assim pela vibração identificava as notas e a combinação de sons.
O tato normalmente só perdemos na pontas dos dedos ou em algum lugar específico, ou mais grave quando lesionamos a coluna espinhal.
Um sentido interessante é o olfato, como é gostoso sentir o cheiro da chuva, o cheiro da terra molhada, ou então caminhando a noite pelas ruas sentir o cheiro da Dama da Noite, é muito bom também o cheiro que sentimos perto de uma churrascaria, ou então de uma pizzaria.  O cheiro humano que é exalado pelo calor pode ser muito gostoso, sensual, mas também pode ser ruim quando a pessoa não cuida da higiene.
Quando a gente anda de moto nas ruas sente muitos cheiros que quem anda de carro não sente, cheiro de comida, de carne assada e acredite, no transito, muito cheiro de maconha, as pessoas fumam achando que no carro ninguém vê.
Um ambiente pode até não estar muito limpo, mas quando se coloca um perfume da uma impressão de limpeza, e coisa interessante, um queijo gorgonzola tem um cheiro forte talvez não muito agradável, mas tolerável e desejável para quem aprecia, a mesma coisa é o peixe, um cheiro ruim mas para apreciadores se torna agradável.
Por incrível que pareça, um cheiro que me incomoda mas traz boas recordações é o cheiro da urina em banheiro publico, geralmente lembro de banheiros em postos de gasolina em viagens que faço.
Numa dessas viagens conheci uma famosa fazenda produtora de leite tipo A, onde recepcionado pela veterinária e numa conversa informal comentei que trabalhava em supermercado e minha filha dizia que eu chegava em casa com cheiro de supermercado, aliás um cheiro bem característico, e a veterinária mais que depressa disse que tinha saído com uma amiga e a amiga observou que ela estava com cheiro de vaca!, rimos juntos.
Quando temos um sentido deficiente, automaticamente desenvolvemos e aprimoramos um outro para suprir necessidades, mas um sentido que eu gostaria de ter, e ter bem desenvolvido, é o sexto sentido, uma percepção da vida no dia a dia para tomar decisões, errar menos, evitar pessoas negativas ou que nos causam problemas, para viver melhor e ser mais feliz.
Chamado de "Ajna" ou terceiro olho o sexto chakra situa-se no ponto entre as sombrancelhas e quando bem desenvolvido pode indicar um sensitivo de alto grau.





segunda-feira, 26 de março de 2018

O Amo e o Lacaio

Descem a rua calmamente, um atrás do outro, nunca um ao lado do outro, nunca um conversando com o outro.
O da frente ligeiramente gordinho, com uma calça preta, uma camiseta preta, sapatos pretos e com uma sacola de feira na mão, entra no mercado, o outro, magrinho de barba rala, muito rala, apenas alguns fios, calado, segue atrás e na porta do mercado para e fica esperando seu companheiro, atento como se pudesse ser chamado a qualquer momento.
Não se olham, não se falam, parece existir um imenso abismo entre eles, não se sabe se é cultural ou social.  A impressão é que cada qual sabe seu papel e cada qual cumpre seu papel.
Ambos parecem alienados, o gordinho parece sempre estar bravo, impaciente, sem tolerância com o magrinho, e o magrinho parece muito triste e com medo do gordinho.
Fica-se imaginando que o gordinho é musico por causa da roupa preta, mas pergunta-se onde o magrinho entra nesta estória, qual o seu papel?
Não carregam instrumentos musicais, mas o horário da compra é constante e depois da compra sempre vão na mesma direção.
Enquanto o gordinho faz as compras o magrinho o espera na porta olhando atendo para o vazio, é uma relação muito mecânica e impessoal.  Pode-se pensar que saíram de um castelo para comprar víveres para um nobre qualquer, mas são só especulações, só há uma certeza, um é amo e o outro é lacaio.

domingo, 11 de março de 2018

Mistério

O homem entra no supermercado com um pacote de bombons na mão, pergunta se pode adentrar na loja com os bombons e vai para a seção de vinhos.  Volta para o caixa com os bombons e duas garrafas de vinho. Pergunta-se: o que ele vai fazer? , esta ligeiramente tenso, será que vai encontrar com a  namorada?, será que o vinho e os bombons são artificio para o namoro?, sua camisa esta um pouco amarrotada, será que estava namorando no carro?
Pouco antes tinham  entrado na loja duas freiras rindo, será que as freiras tem algum vinculo com ele? Será que ele é padre e veio comprar vinho para tomar na missa e os bombons eram para presentear as freiras?
As freiras também fizeram compras, será que elas compraram leite condensado? Será que o leite condensado era para um pudim ou para algum fetiche com o homem dos bombons?
Será que o homem dos bombons amarrotou a  camisa na Kombi das freiras?
O homem estava tenso e as freiras sorrindo, será que ele estava sendo coagido por elas?  Será que elas estavam-no obrigando a fazer algo contra seus princípios? , ou estava com medo que não daria conta das duas?
Será que farão algo na igreja ou no convento?, será de dia ou de noite?. Para evitar os barulhos das risadinhas será que vão ligar o som com cantos gregorianos?
Como nunca saberemos o que vai acontecer e não temos coragem de perguntar, só esperamos que não sujem a agua benta, que tomem cuidado com os sinos e que lembrem que o confessionário é muito pequeno e que respeitem o altar.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Mãe

Janaina extremamente sensibilizada e fragilizada pela recente perda da mãe queria uma crônica espiritualista.....

Virando as folhas do calendário vejo que já estamos em Março, lembro das chuvas de março que vão fechando o verão, e no fim do mês a Sexta-Feira Santa, dia da crucificação e morte de Cristo no Calvário.  Logo depois em Abril vem a Pascoa que é a ressureição de Jesus, todas estas datas nos levam à reflexão, depois vem Maio com aquele ventinho frio e o tempo cinza e  meu coração  se  aperta em lembrar que vai chegar o dia das mães, e pela primeira vez na vida, não terei minha mãe junto de mim para eu poder abraçar e desejar um feliz Dia das Mães.
Sinto tristeza e remorso, quando lembro que ela me pediu para desentuba-la para poder beber agua, e a médica a levou para dentro e esta foi a ultima vez que a vi com vida.  Se eu tivesse intervido, mas não podia, quando alguém esta sob cuidados médicos não podemos interferir.
Eu queria cuidar dela por toda minha vida, mas Deus quis assim, e só ficou saudade do grande amor da minha vida, minha companheira inseparável, meu exemplo, uma grande guerreira e minha conselheira do dia a dia.
Mas nos resta uma esperança, quando duas almas gêmeas se encontram, isto se repete em outras encarnações, seja como irmãos, mãe e filha, marido e esposa, não importa.  Quando no encontrarmos novamente, não nos lembraremos das vidas passadas, mas quando nos olharmos nos olhos saberemos que somos uma alma gêmea da outra.
Peço a Deus que me de forças para eu criar os meus filhos usando seu exemplo e onde ela estiver com certeza não esquecerá do meu amor e continuará me guiando e me dando forças para que nos meus atos e ações eu honre a sua memória.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

O Observador

Todo mundo sonha em escolher a placa do carro com as iniciais do seu nome, alguns são mais caprichosos e ousam mais, é o caso de Agnaldo Timóteo que lacrou sua Mercedes em Timóteo MG somente pata ter seu nome completo na placa.
Alguns escolhem o numero da placa igual ao ano de fabricação do carro, isso fica interessante em veículos antigos, ou então seu ano de nascimento, quando se é jovem, rsrsrs, e outros escolhem letras que combinam com o modelo do seu carro, por exemplo BMW e ECO.
Existem placas que são feias, por exemplo DST,  o que você lembra quando vê esta placa?, ou então DEI, DOU, que a gente vê muito em motos, mas em compensação um motoboy se sente o tal quando sua placa é FUI.
Você quando anda na cidade, não fica vendo as placas de carros e tentando formar palavras? As vezes fica até uma situação engraçada, por exemplo um carro novo, com a placa DKV, que é nome de um carro fora de linha à muitos anos, ou as que foram proibidas mas a gente vê na rua, por exemplo: GAY, CKH e FDP.
Em São Paulo as placas iniciam em BFA 0001 e vão até GKI 9999, mas em algum estado a gente pode ver as placas KCT e PQP.
Você vê uma placa IML, PVC, EXT que lembra extintor, FTB que lembra futebol, e dai por diante. Algumas situações são tristes né?, por isso não me preocupo em escolher placas e sim evitar  placas. 
Hoje as placas já vem com um código de barras para identificar a origem das peças e um lacre rastreável, quem sabe futuramente em vez da placa com números e letras, só terá um grande código de barras que será lido pela fiscalização com equipamento adequado?
Uma coisa é certa, quem pagará por tudo isso somos nós, e para quem tem dificuldade de decorar o número do R.G., então imagina decorar um EAN inteirinho?

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A Mão

Ele estava com a mão direita no bolso, a esquerda não cabia  porque estava engessada, e na verdade ele se sentia com a mão atada.
O editor tinha encomendado uma crônica sobre a mão, era mais uma das manias do editor, e ele simplesmente tinha apontado este tema por ver a mão do escritor quebrada e engessada. Era angustiante, poderia escrever uma crônica sobre um chefe de estado mão de ferro, mas talvez este assunto não fosse tão interessante nestes tempos modernos de democracia, hoje um chefe de estado assim estaria na contra mão da historia.
Ele olhava pela janela lá embaixo, uma rua estreita de mão única, seu velho carro comprado de segunda mão, e ele precisando tanto de uma ajuda, e ninguém lhe dava uma mão. Caso sua crônica fosse aceita, o pagamento viria a calhar, seria uma mão na roda, mas ele  não tinha uma opinião de terceiros sobre este trabalho, seu editor estava vendo-a em primeira mão.
Ele achava que não ia ser tão difícil, achava que seria bem sucedido, esta ideia o acompanhava há muitos anos, desde que aquela cigana  tinha lido sua mão e feito esta previsão.
Há! se fosse famoso, os editores iriam disputa -lo e comeriam em sua mão.  Lamentável, o editor saiu da sala com a crônica em uma mão e a outra mão no queixo, parecia desconcertado, na verdade recusou a crônica, e o motivo era bem simples, tinha encomendado uma crônica sobre a mão, e a sua não tinha nem pé, nem cabeça.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

O Homem Da Mala

Entrando no Metrô me sentei em frente de um homem que segurava a alça de uma mala ,e não sei porque a mala me chamou tanto a atenção.
Reparei que todas as pessoas usavam bolsas, sacolas, mochilas, mas aquele homem realmente me despertou curiosidade, não pela pessoa dele, mas sim pela mala.
Pode até parecer infantil, mas imaginei como seria bom ser o Clark Kent, o superhomem, e com a visão raio x poder olhar dentro da mala e ver seu conteúdo.
Olhando bem, pelo seu cavanhaque bem que poderia ser um ventríloquo, e dentro da mala com certeza teria um boneco com o queixo móvel, que sentado  em sua perna falaria muitas coisas engraçadas, inclusive o conteúdo da mala.
Me deu um frio na espinha quando imaginei que o homem poderia ser um criminoso carregando pedaços de um corpo humano na mala, então olhei atentamente se por acaso em algum canto da mala corria um filete de sangue, não, não corria.
Seria um vendedor ambulante? , quando eu era pequeno ainda no interior, um vendedor cortava o dedo com o canivete, para fazer demonstração do Mercurocromo, e imaginem, ele ficava com todos os dedos vermelhos, naquela época que até o Merthiolate ardia muito, não, este homem da mala não tinha sinais de ferimentos nos dedos.
Quando foi anunciada a próxima estação do metrô, o homem se levantou e eu pensei em não deixa-lo  ir sem perguntar o que tinha na mala.
Quando lhe perguntei, ele com seus olhos azuis em um óculos de aros finos me sorriu, virou as costas e se perdeu no meio da multidão que subia a escada rolante. Foi frustrante!
Não sei se alguém me olhava naquele momento, estava aturdido, e com meus botões ainda  pude observar que aquela mala estava muito leve, parecia aquelas malas de novela, que os atores vão jogando as roupas dentro sem dobrar, com cabide e tudo, e depois carregam sem um mínimo de esforço, mas talvez a mala poderia ser nova, ele tivesse terminado de comprar , e também não me respondeu por talvez não saber o meu idioma, ser estrangeiro, ou até quem sabe ser surdo e mudo, afinal me deu um sorriso bem simpático.
Não importa, sem ao menos lembrar da fabula de Esopo, "A raposa e as uvas", não queria mesmo saber e não estou nem ai, e o que tem dentro da mala não me interessa.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Me visitem em Perdizes

Mas porque batizaram o bairro com o nome de uma ave? Foi porque em 1850 Joaquim Alves criava essa ave em seu quintal onde hoje é o largo Pe. Péricles, e essa ave deu nome ao bairro.
Estamos numa esquina, mas a entrada da loja esta numa rua que é uma subida de mão única, então fiquem atentos ao atravessar a rua porque nela tem uma pista de ciclistas que é de mão dupla.
Se quiser comprar uma revista, em frente tem uma banca de jornal, se quiser fazer uma chave, próximo tem um chaveiro, e se quiser lotérica ou banco fica tudo pertinho. Se você chegar e encontrar cachorros amarrados na porta da loja, isto é muito comum, por semana vem mais de 100 cães na porta da loja, na outra esquina tem uma pet shop, e eles não tem a mesma visitação canina.
Os cães adoram a loja, muitos querem entrar quando seus donos não querem e outros não querem ir embora quando seus donos querem, vão literalmente arrastados.
Estou chamando a atenção sobre os cães, porque sabe-se que eles tem a sensibilidade à flor do pelo, o olfato deles é 40 vezes melhor que o humano e eles tem a possibilidade de ver o mundo espiritual.
Acho a presença dos cães muito significativa porque neste local em 1907 foi fundado um hospício que pertencia ao Dr. Homem de Mello, e se os cães gostam é porque a energia do local é boa, receptiva, mas não se esqueçam que no local já foi um hospício.
Estamos pertinho da PUC, a maior universidade católica do país que contrariando os ditames da própria igreja católica aderiu ao banheiro misto para atender seus alunos e professores, também estamos pertinho do Allianz Parque, onde além de futebol também tem eventos musicais.
Isto sem falar do Shopping Bourbon, do West Plaza, do Teatro Tuca e do Colégio Batista Brasileiro.
Para os amantes da pizza, na rua Diana esta a Leggera Pizza Napoletana, ou na rua Turiassú a Veridiana Pizzaria.
Quando você vier aqui traga dinheiro ou cartão, você vai ficar louco com nossas ofertas, não se esqueça que aqui já foi um hospício.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

A Bala de Hortelã

Quando a psicóloga pegou a senha na fila do banco, percebeu que sua vez iria demorar muito, então para matar o tempo resolveu tomar um suco numa lanchonete próxima, o seu suco preferido:abacaxi com hortelã.
Quando começou a degustar o suco percebeu que o sabor era uma pouco estranho, e também tinha uns cristaizinhos flutuando.  Perguntando para o atendente o que significava aquilo, ele explicou que naquele suco usavam bater uma bala de hortelã com abacaxi.
Chegando na clinica onde trabalhava comentou com os colegas que estava se sentindo lesada, enganada, ludibriada,porque esperava no seu suco além do sabor especial, o beneficio digestivo e nutricional, onde uma colega comentou que era assim mesmo, tudo modernizou em função da praticidade, inclusive na cantina da clinica, serviam feijoada com caipirinha de Tang limão.
O colega cirurgião plástico, cheio de trejeitos efeminados e cheio de exageros disse: lesado fui eu, que quando fui examinar a paciente e lhe pedi para tirar a roupa, inclusive os brincos para um procedimento cirúrgico, vi-a tirar a peruca, os cílios postiços, as unhas postiças, a dentadura, o sutiã com bojo, a calcinha com enchimento, o sapato de salto, e um olho de vidro, então imaginei como seria difícil começar a consertar aquela mandruvá branca.
E mais, a paciente disse que estava sem convenio e se poderia pagar com cheque para o mês seguinte, então considerei, pensei na prestação da viagem para Paris, na prestação do iate, e disse: sim! faço isso porque a senhora tem um bela alma.
E não é que passado o mês, o cheque voltou sem fundos e quando fui cobrar a mandruvá branca, ela me perguntou quantas pessoas eu já tinha enganado modificando caras cheias de rugas e siliconado pelancas caídas transformando verdadeiros trifubus em misses?
Mas a vida é assim mesmo, vamos enganando para sobreviver, então te convido para tomar um refrigerante na cantina da clinica, eu pago uma Fanta laranja, e agora você não vai ser lesada, enganada, ludibriada, afinal na garrafa de refrigerante a informação é bem clara: contem 1% de suco de laranja! kkkkkkkk

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Reflexões Malufistas

Quem foi que fez a Rodovia Ayrton Senna?
-Paulo Maluf.
Quem fez a Rodoviária Tietê?
-Paulo Maluf.
Quem fez o Aeroporto de Cumbica?
-Paulo Maluf.
Quem fez o Instituto do Coração?
-Paulo Maluf.
Quem pintou a pintinha na perna da Angélica?
-Paulo Maluf.
Realmente isto virou uma brincadeira nacional, e minha família e eu constantemente lembrávamos desta gozação quando em viagem víamos algum ponto turístico interessante.  Quando admirávamos uma bela cachoeira minha esposa vinha logo com a pergunta:-Quem fez esta belíssima cachoeira? , e a resposta do outro ou das crianças era automática;-Paulo Maluf.
Em nossa última viagem, depois de andar mais de 1.500 quilômetros em direção ao centro do país, comentei com minha esposa:-Nossa, nunca vi tanto mato em minha vida; e ela mais que depressa perguntou:-Quem foi que plantou todos esses matinhos? e minha filha mais velha respondeu de sopetão:-Paulo Maluf.
Todos rimos e depois no silencio da viagem comecei a refletir sobre a grandeza do criador em plantar pé por pé de mato, empilhar as pedras para fazer as montanhas e cavar o chão para fazer os rios.
Assim constatamos sua genialidade em não esquecer cada detalhe e em contrapartida nossa ignorância em não enxergar nossa pequenez.
Imaginei Paulo Maluf ouvindo nossas palavras e lendo nossos pensamentos e sendo religioso como sabe-se que o é, provavelmente estas seriam suas palavras: -Deus com toda sua obra e todos os seus caprichos nos mostrou realmente ser muito COMPETENTE e não desmerecendo nada, eu lhes pergunto: Vocês sabem quem foi que rezou para Deus?.....Paulo Maluf


Vejam abaixo a resposta de Paulo Maluf

                                                                  PAULO MALUF
 São Paulo, 10 de novembro de 1992

À
José Dias Hilário
R.Marques de Lages, 1532 Ap. 102 bl. 10
04162-001 São Paulo SP

Ref. - protocolo numero 039-018865

Prezado Amigo

Recebi sua amável carta, que muito me sensibilizou.
Fico realmente muito feliz quando vejo que de todos os lugares dessa nossa querida cidade chegam mensagens como a sua. É isso que me dá coragem de continuar nessa luta, com o sacrifício da minha vida pessoal, mas com a certeza de que juntos vamos mudar o que de errado esta acontecendo.
O seu apoio e carinho me dão a força necessária para chegar a vitória, que não será minha, mas sua e de todo o povo de São Paulo.
Sua carta foi registrada nos meus arquivos, sob número de protocolo acima.
Pode contar comigo, como tenho a certeza de que posso contar com você.;
Muito obrigado e abraços do amigo,

                                                                  PAULO MALUF
                                                                        assinatura

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

A Força Das Circunstancias

Vinte anos de união, uma união fria que ainda sobrevivia por causa das circunstancias, haviam os filhos que até então tinham servido de ancora entre o casal.
Um dia ele vai embora sem ao menos dizer adeus, os filhos sentiram, afinal era o pai, mas agora o alivio era muito grande, acabaram as brigas naquela casa, agora não tinha mais bebedeiras e nem louças quebradas, a paz reinava absoluta.
Dois anos depois ele aparece no serviço dela e através de uma amiga dela manda avisar que a aguardava na entrada para conversarem, ela surpresa diz:-Meu marido no portão? e completa:-e eu ainda tenho marido?
Ele com a cara lambida perguntava das crianças e afirmava que tinha voltado por estar com saudade de todos. Ela lembrou os vinte anos de sofrimento e categoricamente disse não. Enquanto ele tentava explicar onde andara e o que fazia e porque tinha voltado, ela começou a pensar nas despesas da casa, o aluguel estava tão caro, conta de luz e agua nem se fala, e se fosse  dividido por dois seria um alivio.
Ai ela disse:- Esta bom, pode voltar, mas não se esqueça que é só por causa das crianças!

sábado, 27 de janeiro de 2018

Cai o Pano

Cai o pano e termina o espetáculo, mas como assim? Se o espetáculo nem começou! É terrível a falta de inspiração; vinha pela avenida pensando no que poderia escrever, a garoa caia, o dia amanhecia encoberto, ninguém corria, nem parecia São Paulo, acho que todo mundo estava perdido em seus pensamentos.
Há dias vinha pedindo a meu anjo da guarda que me desse uma ideia sobre o que escrever, mas nada vinha, imaginava Thomas Edison dizendo que pegava as ideias no ar, e eu pulava e pulava e nenhuma ideia aparecia para eu pegar. As ideias andam no ar, assim é que grandes ideias acontecem em diversos pontos do planeta ao mesmo tempo, foi assim com a ideia de Santos Dumont de fazer o avião e nos Estados Unidos os irmãos Wright tiveram a mesma ideia. Disse um conhecido meu que é como se fosse uma mediunidade, somos simplesmente inspirados, e inspirados criamos.
Atravessando a rua o açougueiro com o celular no ouvido me sorriu e disse sua palavra-chave:   sucesso!, e pelo menos é uma ideia positiva, tem boa vibração.
Quando a ideia vem, costuma vir em turbilhões, ela ferve na cabeça, as frases vão se formando e não se apagam mais, e eu só imaginava "Cai o Pano". Eu sei que tudo para começar tem que acabar primeiro, é uma lei natural, da vida. Cai o pano é uma frase muito  reflexiva, você para, pensa, e é como uma cerimonia, um ato, um respirar profundo.
Um café é oferecido, e há quem diga que aceita o café porque as mãos de quem serve são abençoadas, que mentira, o café é oferecido com bom gosto, logico, mas o elogio representa a preguiça de pegar na garrafa térmica. Todos riem, é muito bom rir.
Tomando o café ele me oferece uma muda de castanha, não sabe dizer o nome da castanha, mas diz que é uma castanha muito gostosa, parece uma avelã. Eu observo que ele tem mão boa para plantar mudas, mas também observo que tem preguiça de pegar um copinho de café.
Largo o computador e vou dar uma volta, quem sabe pego algo mais no ar. Esta um dia estranho, como é sábado emendado no feriado esta um dia preguiçoso, além de fresco e encoberto
Todos fazem suas obrigações, a vida continua seguindo seu fluxo normal, o radio toca um musica preguiçosa, e cai o pano, o pano tem que cair para terminar o espetáculo, e só começa um espetáculo quando termina outro, somente quando cai o pano.


quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Declaração de Amor

Se a moça do café não demorasse tanto
Pra me dar o troco
Se eu não tivesse discutido na calçada
Com aquele cara louco
E ó que eu nem sou de rolo

Se eu não tivesse atravessado
Aquela hora no sinal vermelho
Seu eu não parasse bem na hora do almoço
Pra cortar o cabelo
E ó que eu não sou vaidoso

Eu não teria te encontrado
Eu não teria me apaixonado
Mas aconteceu
Foi mais forte que eu e você

Ai eu disse

Quer que eu faça um café?
Ou faça minha vida
Se encaixar na sua?
Aqui mesmo na rua
Era pra ser agora
Quando é pra acontecer
Tem dia, lugar e tem hora

Luan Santana, cantor e compositor, fez essa música para seu público de jovens e adolescentes, mas ela é de grande maturidade e profundidade, e isso aconteceu comigo quando conheci a Irani cruzando a Praça João Mendes. Quando temos boas intenções, o universo conspira a nosso favor, e se eu tivesse adiantado ou atrasado cinco minutos, não teríamos nos encontrado e com certeza nossos destinos seriam outros.
Hoje, completamos 35 anos de casados, juramos no altar, como diz meu irmão Sergio, todos aqueles breguessos, e, entre tormentas e bonanças, vamos vivendo, tormentas para nosso amadurecimento e bonanças para nosso regozijo.
Temos duas filhas, as duas estudaram em faculdades públicas, a Adriana hoje é Diretora Executiva na CFA Society Brazil e a Mariana é Médica Veterinária na Clínica Veterinária Zooland, o que muito nos orgulha e, pela lei de causa e efeito, com certeza merecemos, pois foi resultado das sementes que plantamos, mas que fique bem claro, quem cuidou, regou e zelou foi muito mais a Irani do que eu.
Tem mulheres que destroem homens, exigem deles o que eles não podem dar, e têm mulheres que juntam as forças e ajudam o homem a crescer, assim é ela, humilde e de caráter, que mesmo nos meus erros não se vinga, dá amor.
Temos uma casa, uma chácara, um carro e uma moto, temos dois cães e um gato, isso construímos juntos e com muito mérito dela.
Nossa música eleita à anos é aquela do Vinícius de Morais, "Eu Sei Que Vou Te Amar"

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
E cada despedida, eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que vou te amar

E cada verso meu será
Pra te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua, eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta tua ausência me causou

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

Concluindo, já que o universo conspirou a nosso favor uma vez, só peço que nos permita mais 35  anos juntos, e depois como temos o WhatsApp um do outro, pode deixar que combinamos de nos encontrar em outra dimensão.







segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

As Travessuras Da Adriana

-Pai, eu já comi do patê que você trouxe.
Pois é, eu mal entrei em casa, coloquei o patê na geladeira, fui tomar banho, e quando sai do banheiro, a Adriana me disse essa bendita frase: - Pai, eu já comi do patê que você trouxe.
E eu nem tive tempo de apresenta-los, mas é assim mesmo, patê, bolos, frios e gulodices em geral, pode contar, a Adriana chega junto e diz que é o "Mó Legal".
Adriana é a primeira neta tanto do lado paterno quanto do lado materno, foi uma experiência bem sucedida, como diria uma pessoa espirituosa. Adriana foi muito bem vinda e foi curtida pelos avós e tios corujas. Hoje adolescente,  continua sendo badalada por todos,  também não é para menos, é bonita, inteligente e tem um gênio muito bom com grande senso de justiça. É muito madura e tem um bom entendimento.  Com o tempo chegou sua irmãzinha, depois chegaram os priminhos e a Adriana passou a ser a líder do grupo,o  modelo à ser copiado e seguido.
Como é mais velha, junta-se com a irmã ou com algum priminho para infernar a vida dos menorzinhos. Um dia falou falou para o Pedrinho que ele estava com uma doença incurável, o "Cocutal", doença que se caracteriza pelo bumbum que começa a crescer, ficar grande, e depois explode virando a pessoa do avesso.  O Pedrinho desesperado foi correndo à saia da mãe, dizendo que estava com tal doença.  As crianças morreram de rir quando a mãe dele já brava exclamou: "Cocutal"?
Outro dia veio com a estoria que existia uma loja que tinha uma piscina de cuspe, que quanto mais o cliente cuspia, mais descontos recebia. O Pedrinho muito inocente, para não ficar atrás, disse que sua mãe tinha cuspido tanto, que nem precisou pagar a compra, e exagerou tanto que falou que até seu irmão Guilherme tinha nadado nesta piscina.
Como se não bastasse, a Adriana também apareceu com a estoria de um biscoito chamado "Teteca" que é recheado com pasta de formiga
A priminha Luíza também foi premiada, a Adriana disse para ela, que em seu batizado tinha comparecido uma porção de animais, vaca, cavalo, galinha etc.  A Luíza foi perguntar para seu pai se era verdade, e seu pai cansado das conversas das crianças, confirmou sem prestar atenção: -É verdade, vai para lá Luíza!
Esta é a Adriana que todos  amamos, e que esta esperando ardentemente o priminho menor, Abel, crescer um pouquinho mais, para ser a próxima vítima.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Sutilidades

Apesar de seus 40 anos o rapaz estava encantado com os trejeitos inocentes da garota de 16 anos, não que ele fosse tão maduro e nem ela fosse tão inocente.
Segurando as mãos dela sobre o portão baixo, ele jogava palavras fora e ela sorria quando sua tia apareceu e percebendo o que estava acontecendo foi bombástica:
-O que esta acontecendo aqui?, você não percebe que ela ainda é uma criança? você é pedófilo? seu...tarado!
-Minha senhora , só estou conversando com a moça, só estou pedindo uma informação, nem cheguei a toca-la!
-Há! não chegou a toca-la, vou chamar a mãe dela e você vai explicar isto!
Alguns segundos depois a mãe da garota apareceu acompanhada de outra tia, sua expressão era grave e estava muito vermelha.
-Entra para dentro menina!, e você o que quer com minha filha? porque não procura uma pessoa da sua idade? você não vê que ela tem idade para ser sua filha?
-Minha senhora, esta havendo um mal entendido, eu só estou conversando com a menina, existe algum mal nisso?
-O pai dela vai te falar se existe algum mal, espera ai!
A menina foi puxada para dentro pela mãe e de lá veio o pai da garota acompanhado de dois de seus tios, com cara de poucos amigos.
-Qual é o problema senhor? a informação que o senhor esta procurando eu posso dar?
-Calma! somos adultos, não posso conversar com a garota? neste mundo maluco não tem como manter ninguém preso numa redoma de vidro, não seria melhor vocês ensinarem ela a se defender?
-Você é muito esperto, é melhor cair fora senão a coisa vai engrossar!
O pai muito nervoso engolindo em seco  era seguro pelos braços pelos outros tios que estavam querendo evitar um confronto.
Nisso a moça apareceu na porta e perguntou ao pai: - papai, posso perguntar uma coisa para ele?
O pai sentiu-se desarmado e disse:- pergunte!
-Moço, que dia você faz aniversário?
Ele prontamente respondeu:- dia 22 de Janeiro, o mesmo dia do Caio Castro.
Aproveitando a deixa, o rapaz   esticou a mão e se despediu de um tio e depois de outro e esticou a mão para o pai que virou as costas e foi para dentro em direção da filha.
Um tio fez sinal para o rapaz se retirar e ele saiu com o rabo no meio das pernas, pensando na sutileza da garota em demonstrar que estava apaixonada e da sutileza do pai lhe mandando ir para o inferno.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Sensibilidade no Paladar

O curso era de panificação e confeitaria, os alunos homens e mulheres todos jovens sedentos de conhecimento de uma área de maior interesse humano, tanto pela modernidade do tema como pelo simples prazer de comer bem.   Era um fim de aula, aquela hora que todos saboreavam os pratos confeccionados no aprendizado.
Também se aprendia a origem e a historia dos pratos, e as vezes um prato simples tinha muitas peculiaridades desconhecidas.
Uma aluna se deliciava com o biscoito de polvilho e o brioche, e exprimia até aquele huuummm da Ana Maria Braga, quando outros alunos começaram a debochar, afinal eles, conhecedores de diversos pratos finos europeus, orientais, ocidentais e inclusive nacionais, tinham que desprezar quitute tão simples e insignificante.
Ela não se importou, falou para eles que eles tinham que aprender a saborear, valorizar e conhecer os alimentos, por exemplo, alguém comeria uma feijoada ou um estrogonofe sem arroz branco? Alguém poderia comer um quibe sem espremer um limão?,  ou um carré de cordeiro sem um molho de hortelã?, feliz daquele que sabe apreciar um ovo cozido com um salzinho, e lembrem-se que Cristo na santa ceia partiu o pão, sem gergelim, sem recheio, sem uma costelinha ao molho barbecue.
Ainda frisou que veio fazer o curso para adquirir conhecimento, porque carnes suínas, bovinas, de aves, e cereais em geral, champanhe francesa, vodka russa, vinho português, ela conhecia e apreciava, mas o que todo mundo tinha de aprender apreciar era a água, e feliz de quem conseguisse, ai estava a verdadeira sensibilidade de paladar,a agua, um liquido inodoro, insipido e incolor.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Estorias de Supermercado - continuação-

Ultimamente vinha acontecendo alguns assaltos quando os funcionários chegavam ao serviço, principalmente com aqueles que chegavam quando ainda estava escuro.
O motoqueiro chegava, tomava a bolsa e saia acelerando.
Num dia seu  Antônio, um nordestino arretado, quando se aproximava do supermercado percebeu que alguém o estava seguindo, e ao apertar os passos sentiu que o seguidor também caminhava mais rápido.
O seguidor era seu colega de trabalho Gabriel, que como estava com um gorro de inverno não foi reconhecido.   Seu Antônio fingiu olhar para o alto observando alguma coisa, e o seguidor também levantou a cabeça e ficou olhando, então seu Antônio agachou para amarrar o sapato e o seguidor também agachou e amarrou o seu.
No desespero seu Antônio ia passando do portão da loja sem entrar, quando o seguidor chamou-o e disse que se passasse direto ia perder a hora do serviço.
Seu Antônio reconhecendo a voz do colega foi contundente em dizer que se não fosse um cabra arrochado, teria se cagado todo.
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domingo, 14 de janeiro de 2018

O caso da jaca roubada

A semi-loira entrou na delegacia e disse ao delegado que veio fazer um boletim de ocorrência pelo roubo de uma jaca.  O delegado como estava em seus melhores dias, estava com tempo, e a semi-loira merecia uma certa atenção pelas suas formas, resolveu dar corda e levar o dialogo adiante.
Perguntou se ela tinha certeza se era uma jaca mesmo, não seria uma melancia ou outra fruta, um abacaxi ou uma uva itália?
A semi-loura foi categórica, disse que tinha certeza que era uma jaca porque a casca não era lisa, e não era abacaxi porque não tinha coroa e não era uva porque a jaca não estava num cacho.
O delegado perguntou se ela já tinha ido no ministério da agricultura pegar autorização para fazer reconhecimento no Ceasa se sua jaca estaria lá, mas ela disse que não porque não entendia de leis, afinal era psicóloga.
O delegado então pediu para ela usar seu  conhecimento psicológico, oras, quem roubaria uma jaca , ou seria possível uma jaca se  esconder?
Deveria também verificar a origem da jaca, se foi comprada no mercado, ganha de presente ou roubada, o delegado achava que ai estava a chave do mistério, e por dentro se divertia com a encucação da psicóloga.  A psicóloga ficava cada vez mais confusa e comentou com o delegado que tinha usado seu olfato para ver ser achava a jaca pelo cheiro, mas o delegado disse que seria impossível, era melhor ela usar a audição, afinal jacas perdidas ou roubadas choram muito de saudade e soltam lagrimas viscosas e grudentas.
A noite chegava e o delegado estava cansado de se divertir com a inocência da psicóloga, então levantou e pegou na geladeira uma jarra com suco de cajá e ofereceu para a psicóloga. A psicóloga mais que depressa falou que o delegado era muito esperto e ele estava escondendo sua jaca, foi ele que roubou sua jaca, bateu no liquidificador e inverteu o nome para cajá para não ser reconhecido.
Então o delegado disse que já estava no fim do plantão e gostaria de leva-lá na marginal para ajuda-lá procurar a jaca, afinal na marginal tem muitas barracas de frutas.

sábado, 13 de janeiro de 2018

"Seu" Antônio da Lua

Na lua,
Quando há  casamento é  na policia, é a moça quem é  sentenciada.
Se a dona for casada e trair o marido, a coisa é  feia, ela pega dez anos de cadeia e o conquistador não sofre nada.

Engraçado o seu Antonio cantando  essa modinha antiga, ele simplesmente é fissurado pela lua.
Afinal a lua influencia as marés, orienta o dia de cortar o cabelo, e é  na mudança da lua que nascem as crianças.
Seu Antônio não acredita que o homem tenha ido na lua, acha que isso é invenção dos americanos e simples filmagens de hollywood, e o proprio colega  de trabalho dele, o senhor Massau, que era japones, afirmou que o homem pode ir para a direita ou para a esquerda,  mas para a lua jamais.
Afirmando isso me mostrou um repente muito interessante de sua autoria.

A lua está la em cima / Para a terra clarear
Ela nunca vem aqui / E você  nunca vai lá
E pode falar para seus netos / Que só existe projeto 
Para o homem se aproximar / De 1969 para cá 
A mentira continua / Eu não conheço ninguém 
Que foi morar la na lua / E aquele que nasceu lá 
E veio aqui para morar / Me dê o nome da rua?

Quando perguntei  para o seu Antonio se ele ja tinha namorado à luz do luar, ele falou de duas namoradas que teve também usando o repente de sua autoria.

Minha primeira namorada / O diabo era donzela
Ela tinha a boca grande / Parecia uma gamela
A mulher era tao feia  / Que eu fui parar na cadeia 
Mas não casei com ela / Depois eu arranjei outra
Ela queria casar / Dizia  que era virgem
E eu tinha que respeitar / Eu dei  um beijo na boca
E ela tirou toda a roupa / Nem foi preciso eu mandar

Mas o que mais gostei foi da teoria do seu Antônio,  que fala assim : Se o sol é maior e ilumina mais que a lua, ele deveria vir a noite que é mais escuro, e a lua com menos luz viria durante o dia que é mais claro.
Mas vendo  a fissura  do seu Antonio pela lua, eu pergunto, quem nunca admirou a lua? Quem nunca sonhou olhando para a lua?  Quem nos momentos de reflexão não gosta de ficar aluado.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Os Mistérios da Vida

A mentira tem pernas curtas.  A verdade tarda mas nao falha. Frases de dito popular usadas pela mãe de um amigo meu para explicar alguns misterios da vida.  A mentira tem pernas curtas porque mais cedo ou mais tarde ela sera revelada por um acidente ou até pelas evidências.  A verdade tarda mais não falha, mas porque ela logo nao é reconhecida? , porque precisamos enfrentar dissabores até  que ela apareça?
Veja o exemplo de Sócrates,  que por não honrar os deuses do estado foi condenado a  morte,  e como um grego não  mata outro grego, ele teve que se suicidar.  Poderia escolher entre se jogar do templo, usar uma adaga ou se envenenar com a cicuta.
Escolheu a cicuta, o método mais  demorado e triste para se morrer,mas como era o mes dos festejos religiosos, teve de aguardar trinta dias para cumprir a pena. A grande vantagem foi que neste mês transmitiu, sim, ele não escrevia nada, tudo que sabemos do seu legado é  por seus alunos  ou seguidores,  ele  transmitiu ensinamentos extremamente importantes sobre a imortalidade da alma.
Na Bíblia,  quando Cristo orava no Getsemani, mesmo pedindo ao pai que afastasse de si aquele cálice,  não pode ser ouvido porque a historia teria  que terminar daquele jeito.  E hoje  não  é mistério que  foi assim que tudo começou.
No Facebook vi um pastor mostrando uma cédula de 100 reais e perguntava aos fieis quanto a nota valia, todos responderam que valia 100 reais. Depois dobrou a nota em dois e perguntou quanto seria o valor agora. Todos responderam  que continuava valendo 100 reais. O pastor amassou a nota e mostrando o bolinho de papel perguntou novamente que valor teria, quando todos  responderam que  era 100 reais.
Por fim ele jogou o bolinho de papel no chão e pisou em cima perguntando que valor teria agora,  e a resposta  foi a mesma,  que era 100 reais.
O pastor disse que assim somos nos, mesmo dobrados,  amassados e  pisados em cima,  continuamos  com nosso mesmo valor, nunca  deixamos  de ser nos  mesmos.
Mas somos humanos,  e o que nos  mantém vivos e com motivação para viver também é  outro dito popular,  que  também é  um mistério: A esperança é a última  que  morre!

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Estorias de Supermercado

Antes do inicio do curso de noivos, os casais orientadores conversavam amenidades,  quando uma pessoa disse que quando morresse queria ser cremada e que as cinzas fossem jogadas no mar.  Entao dai em diante  o assunto foi só esse; outra pessoa tambem queria ser cremada e que as cinzas fossem jogadas no Horto Florestal.
Mas o que espantou todos foi quando um senhor expressou seu desejo de ser cremado e que as cinzas fossem jogadas no corredor de biscoitos do supermercado.
A explicação veio em seguida, ele disse que como toda quarta-feira sua esposa ia no supermercado, e em especial  neste corredor,  sabia que ali ele poderia ve-la sempre.
Como trabalho no supermercado e esta estória chegou aos meus ouvidos e a achei bem interessante, comentei em casa com a esposa e a filha, no que a filha observou que a cremação era o ideal para todos,  e que em algum lugar do mundo estavam enterrando as pessoas em pé,  por falta de espaco físico.  Fui categórico em falar, como trabalhei a vida toda em pé,  quando morrer quero ser enterrado deitado!