Ela se orgulhava de ser excelente cozinheira, falava que sua feijoada era única, a bacalhoada não tinha para ninguém, mas o seu forte mesmo era paella.
Nenhum restaurante de São Paulo fazia uma paella igual a sua, para ser mais precisa, a que chegava mais perto era a do Dom Curro, um restaurante especialista em comidas espanholas.
Foram tantas as propagandas que os amigos a intimaram a fazer uma paella onde se reuniriam e tirariam a prova.
No dia combinado quando chegaram à sua casa, a paella já estava pronta, o cheiro era irresistível e a aparência muito boa.
Todos sentaram e provaram a iguaria, e os elogios pipocavam na mesa. Realmente ela sabia fazer esse prato maravilhoso, e entre os comentários alguém disse que era igualzinha a do Dom Curro, senão melhor.
Estava tirada a prova, agora surgiam novos desafios, mas ela deixou claro que só faria outro prato depois que todos também mostrassem seus dotes, e a gente sabe né, que todo mundo sabe fazer algo especial.
No dia seguinte o lixeiro recolhia o lixo na rua, e era acostumado a identificar e analisar as pessoas pelo lixo que jogavam, e foi categórico ao afirmar que naquela casa tinham muito bom gosto, além das garrafas vazias de vinho verde, as embalagens para viagem do Dom Curro se destacavam.
Para a cozinheira não teria problemas se alguém descobrisse sua fraude, ela pensou e pensou e resolveu, que se alguém a desmascarasse ela faria igual as artistas da televisão quando lhes perguntam se seus seios são seus mesmo, elas respondem que são sim, afinal foram pagos por elas mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário