Entrando no Metrô me sentei em frente de um homem que segurava a alça de uma mala ,e não sei porque a mala me chamou tanto a atenção.
Reparei que todas as pessoas usavam bolsas, sacolas, mochilas, mas aquele homem realmente me despertou curiosidade, não pela pessoa dele, mas sim pela mala.
Pode até parecer infantil, mas imaginei como seria bom ser o Clark Kent, o superhomem, e com a visão raio x poder olhar dentro da mala e ver seu conteúdo.
Olhando bem, pelo seu cavanhaque bem que poderia ser um ventríloquo, e dentro da mala com certeza teria um boneco com o queixo móvel, que sentado em sua perna falaria muitas coisas engraçadas, inclusive o conteúdo da mala.
Me deu um frio na espinha quando imaginei que o homem poderia ser um criminoso carregando pedaços de um corpo humano na mala, então olhei atentamente se por acaso em algum canto da mala corria um filete de sangue, não, não corria.
Seria um vendedor ambulante? , quando eu era pequeno ainda no interior, um vendedor cortava o dedo com o canivete, para fazer demonstração do Mercurocromo, e imaginem, ele ficava com todos os dedos vermelhos, naquela época que até o Merthiolate ardia muito, não, este homem da mala não tinha sinais de ferimentos nos dedos.
Quando foi anunciada a próxima estação do metrô, o homem se levantou e eu pensei em não deixa-lo ir sem perguntar o que tinha na mala.
Quando lhe perguntei, ele com seus olhos azuis em um óculos de aros finos me sorriu, virou as costas e se perdeu no meio da multidão que subia a escada rolante. Foi frustrante!
Não sei se alguém me olhava naquele momento, estava aturdido, e com meus botões ainda pude observar que aquela mala estava muito leve, parecia aquelas malas de novela, que os atores vão jogando as roupas dentro sem dobrar, com cabide e tudo, e depois carregam sem um mínimo de esforço, mas talvez a mala poderia ser nova, ele tivesse terminado de comprar , e também não me respondeu por talvez não saber o meu idioma, ser estrangeiro, ou até quem sabe ser surdo e mudo, afinal me deu um sorriso bem simpático.
Não importa, sem ao menos lembrar da fabula de Esopo, "A raposa e as uvas", não queria mesmo saber e não estou nem ai, e o que tem dentro da mala não me interessa.
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