Ele estava com a mão no bolso, a mão direita, a esquerda engessada não cabia no bolso, na verdade ele se sentia com a mão atada. O editor tinha encomendado uma cronica sobre a mão, era mais uma das manias do editor, e ele simplesmente tinha dado este tema por ver a mão do escritor quebrada e engessada. Era angustiante, poderia escrever uma cronica sobre um chefe de estado mão de ferro, mas talvez este assunto não fosse interessante nestes tempos modernos de democracia, hoje um chefe de estado assim estaria na contra mão da historia.
Ele olhava pela janela, la embaixo uma rua estreita de mão unica, seu velho carro comprado de segunda mão, e ele precisando tanto de uma ajuda e ninguem lhe dava uma mão. Caso sua cronica fosse aceita, o pagamento viria a calhar, seria uma mão na roda, mas ele não tinha uma opnião de terceiros formada sobre este seu trabalho, seu editor estava vendo-a em primeira mão. Ele achava que não seria tão dificil, achava que seria bem sucedido, esta ideia o acompanhava há muitos anos, desde que aquela cigana tinha lido sua mão e feito esta previsão. Há ! se fosse famoso, os editores iriam disputa-lo, e comeriam em sua mão. Lamentavel, o editor saiu da sala com a cronica em uma mão e a outra mão no queixo, parecia desconcertado, na verdade recusou a cronica, e o motivo era que tinha pedido uma cronica sobre a mão, e a sua não tinha nem pé, nem
cabeça.
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