Era festa no céu, festa iluminada à luz de luar; o pisca pisca constante das luzes era tarefa dos vaga-lumes, a musica cabia à coruja e aos grilos ja habituados a cantar nas madrugadas.
As pombas, recepcionistas da festa, davam as boas vindas aos bichos que iam chegando. O pavão como sempre era quem vinha mais bem vestido com seus brilhos, a galinha de angola usava sua costumeira roupa de bolinhas. A cabra entrou esnobando os brincos naturais, e a zebra usava seu classico traje listrado.
O macaco animava a festa com suas piadas muito engraçadas, e o leão balançava a juba como se estivesse fazendo um comercial de shampoo. De repente fez-se silencio, todos pararam e olharam para a porta, era o gato chegando, alisava o bigode e ajeitava a gravata.
Sim, o que chocou todos era a gravata, uma gravata cor de coral, e os bichos eram contra o uso de enfeites artificiais, inclusive isto ja tinha sido discutido em conselho, o uso era considerado uma heresia.
Todos concordaram, o gato com seu pisar macio e bigodes escuros, era realmente traiçoeiro, ele estava imitando os humanos. Os humanos é que usavam tais enfeites, e todo mundo sabia que para obter os enfeites os humanos sacrificavam os animais.
Se enfeitavam com as penas da arara e do faisão, da pele da onça faziam gola de casaco, da pele do jacaré faziam bolsas, do couro do boi então nem se fala.
Nisto, todos olhando para o gato, perceberam que ele estava com os olhos esbugalhados tentando tirar a gravata. Qual foi a surpresa, quando viram a gravata se mexendo, só ai foram perceber que a gravata, não era gravata, era uma cobra coral que tinha aproveitado a vaidade do gato, e tinha-o usado para entrar na festa, festa que nunca tinha sido convidada.
Moral da estoria: às vezs a vaidade enforca a gente
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