quarta-feira, 18 de março de 2015

A Festa no Céu

 
Era festa no céu,  festa iluminada à luz de luar; o pisca pisca constante das luzes era tarefa dos vaga-lumes,  a musica cabia à coruja e aos grilos  ja habituados a cantar nas madrugadas.
As pombas,  recepcionistas da festa,  davam as boas vindas aos bichos que iam chegando. O pavão como sempre era quem vinha mais bem vestido com seus brilhos,  a galinha de angola usava sua costumeira roupa de bolinhas.  A cabra entrou esnobando os brincos naturais,  e a zebra usava seu classico traje listrado.
O macaco animava a festa com suas piadas muito engraçadas,  e o leão balançava a juba como se estivesse fazendo um comercial de shampoo.   De repente fez-se silencio,  todos pararam e olharam para a porta,  era o gato chegando,  alisava o bigode e ajeitava a gravata.
Sim,  o que chocou todos era a gravata,  uma gravata cor de coral,  e os bichos eram contra o uso de enfeites artificiais,  inclusive isto ja tinha sido discutido em conselho,  o uso era considerado uma heresia.
Todos concordaram,  o gato com seu pisar macio e bigodes escuros,  era realmente traiçoeiro,  ele estava imitando os humanos.  Os humanos é que usavam tais enfeites,  e todo mundo sabia que  para obter os enfeites os humanos sacrificavam os animais.
Se enfeitavam com as penas da arara e do faisão,  da pele da onça faziam gola de casaco, da pele do jacaré faziam bolsas,  do couro do boi então nem se fala.

Nisto,  todos olhando para o gato,  perceberam que ele estava com os olhos esbugalhados  tentando tirar a gravata.  Qual foi a surpresa,  quando viram a gravata se mexendo,  só ai foram perceber que a gravata,  não era gravata,  era uma cobra coral que tinha aproveitado a vaidade do gato,  e tinha-o usado para entrar na festa,  festa que nunca tinha sido convidada.
Moral da estoria: às vezs a vaidade enforca a gente

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