Entrei num Uber quando o locutor do rádio comentava o caso do policial que jogou um homem da ponte dentro de um córrego.
-Esse mundo esta louco mesmo,
o policial que devia proteger o cidadão, ou prender se fosse necessário, joga o
infeliz no córrego, comentei.
-Verdade, o mundo esta louco mesmo, o senhor deve ter
visto que meu conceito na Uber é muito bom, né?
-Na verdade não vi não, não
costumo ver esses detalhes.
-Pois é, eu já fazia 2 anos que não recebia reclamação
nenhuma do meu serviço, quando ontem recebi, e quis saber os detalhes para
corrigir e não repetir. A Uber mostrou a reclamação da moça para mim. Ela
reclamou dizendo que o carro estava limpo, e eu a atendi com muita educação,
mas o carro tinha um barulhinho tic tac, que a incomodou muito, e a levou a
fazer a reclamação.
-E o seu carro tinha um barulhinho mesmo?
-Não! Meu carro é novo, não tem nada batendo, eu
quebrei a cabeça tentando descobrir o que era esse barulhinho.
-E descobriu?
-Sim, depois de muito tempo, liguei a seta e começei
ouvir um tic tac tic tac tic tac!
-Não acredito! Essa moça nunca tinha andado de
carro? Ela não sabia o que era o barulhinho?
-Pelo jeito não, ou então estava muito solitária e
desprezada, e sentiu necessidade de dar um sinal de vida reclamando sem saber
do que!
-Mas será que isso pode acontecer?
-Pode! Um dia eu andava de metrô e o senhor sabe né,
quando as pessoas mexem no celular, acabamos por ver, e até ler o que elas
escrevem, principalmente quando o metrô esta cheio, que a proximidade dos
passageiros é maior.
-Verdade!
-Então, uma
senhora dos seus 50 anos, faço questão de falar a idade, porque fiquei curioso quando
ela abriu a agenda de contatos, e vi escrito: “AMOR ATUAL”. Fiquei pensativo,
porque atual? Não consegui ver se junto tinha outro contato “AMOR ANTIGO”, mas
fiquei encucado com aquilo.
-Sera que não seria para provocar algum namorado? Ou
será que tudo era tão passageiro que ela precisava lembrar qual era o atual?
-Acho que não, cheguei a conclusão que era o mesmo
caso da passageira que peguei no Uber, ela era muito solitária e desprezada, e
sentiu necessidade de escrever o contato no celular, para ler e curtir que
estava sendo amada por alguém.
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