sábado, 13 de maio de 2023

Alexandre, o grande

 Calvo, 53 anos, óculos de lentes grossas, olhos vivos, atentos, espirituoso, longos anos trabalhando em um banco, assim foi moldado a ser educado e atencioso com os clientes.

Agora num supermercado, é reconhecido constantemente por clientes que o viam no banco e comprimentam-no com alegria e bom humor.

Aborda os clientes na porta do supermercado, oferece um carrinho ou uma cestinha, pede para guardarem seus pacotes no guarda-volumes, vaporiza álcool nas mãos dos clientes sempre brincando e sendo agradável.

Odeia os ladrões que passam na rua, principalmente perto do metrô, roubando celulares e bolsas de transeuntes, dizendo brincando para quem esta a seu lado, que gostaria de ter uma arma na mão, um revólver, uma espingarda, uma metralhadora, uma bazuca, e por último um canhão, e sabemos que é tudo balela, não consegue matar nem uma mosca.

Aproveita sempre as ofertas das cervejas, não tem preferência por marcas, diz que seu cachorro bebe qualquer uma, o importante é o preço, seu cachorro é muito econômico.

Adora plantas, sempre traz ou leva mudas, que planta onde pode, e para servir os ladrões, diz que tem que ser plantas com  muitos espinhos, de preferência cactos mortíferos.

A mendiga que pede esmolas perto da loja disse que queria saber o seu nome, porque acha ele um gato, e acho que é por isso que ele finge que vai dar um safanão em alguém, recua, e diz que seu ombro esta caído, e na semana que vem vai no veterinário.

Todos o estimam pelo seu bom astral, e andando na loja faz seu trabalho com verdadeiros olhos de águia, e quando olha pela janela do elevador para verificar se está tudo bem, uma cliente curiosa chega perto esticando o pescoço e pergunta:- O quem tem ai? e ele muito sério responde com honestidade:- O elevador!

Nenhum comentário:

Postar um comentário