sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Isto tudo me envaidece

Gosto muito de escrever crônicas e deixo claro que não tenho pretensões maiores, mas sempre que escrevo algo novo, faço questão de imprimir e distribuir para os colegas de trabalho.  Fiquei muito feliz quando uma colega de trabalho disse que sua filha Leticia de 10 anos adorava minhas crônicas, e já tinha levado algumas na escola onde a professora tinha aproveitado duas para fazer dinâmica de classe.
A filha disse que queria vir ao meu trabalho e escrever uma crônica comigo e quando a mãe falou que não era possível, então ela pediu umas dicas, que eu dei com muito gosto, e tive uma ideia: escrever uma crônica para ela, a qual publiquei no Facebook dia 15 de dezembro do ano passado, vejam:

 Leticia, Prêmio Nobel de Literatura
Era noite de festa na televisão brasileira, seria uma entrevista em homenagem à grande
escritora brasileira Leticia Nascimento Costa, a primeira brasileira a conquistar o Prêmio
Nobel de Literatura.
Grandes nomes da literatura, como Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles e Cecilia 
Meireles não tiveram esse privilégio, mas Leticia sobrepujou todas em talento e
qualidade, e foi reconhecida mundialmente por isso.
Os holofotes iluminavam a grande estrela da noite, que com vários livros publicados,
todos best sellers, mostrava que tinha vindo para ficar como simplesmente a maior, a
top da literatura brasileira.
O publico à aplaudia de pé, e depois da apresentação e da qualificação da
homenageada, a apresentadora do evento perguntou para a homenageada à quem ela
devia aquele sucesso, e a homenageada da noite com humildade, agora num silêncio
sepulcral, afinal todos queriam ouvir suas palavras, disse que primeiro devia à Deus, e
depois à sua mãe Marília, e antes que continuasse a falar, a voz de sua mãe a acordou
dizendo que a vovó tinha feito um cuscuz maravilhoso e teriam que acelerar senão 
chegariam atrasadas no shopping center.
Então Leticia saiu daquele mundo encantado e voltou à realidade, mas estava feliz,
 estava ao lado de sua mãe, então lhe falou que mesmo que ela nunca fosse escritora,
que nunca fosse famosa, que nunca ganhasse o Prêmio Nobel de Literatura, seria
sempre feliz pela mãe que tinha, e tinha orgulho quando as pessoas falavam que ela se
parecia muito com a mãe, era xerox e xeroquinho, mas não só isso, também tinha
orgulho de ter uma mãe maravilhosa e de caráter em quem se espelhar e afirmou que
faria de tudo para orgulhá-la e merecer todo seu amor.

Muito me surpreendeu quando a Leicia me mandou uma crônica que ela escreveu de próprio punho, vejam:

O Grande Autor
José Dias Hilário, meu inspirador. Não tomo vinho, mas gosto muito de suco de uva, queijo também gosto de todos, temos algo em comum e gostamos muito de escrever.
O admiro muito mesmo não tê-lo conhecido, te imagino uma pessoa alta, divertida, amorosa, hilário todos os dias porque esse é o seu nome.
Um dia eu quero ter a oportunidade de conhecê-lo para trocarmos imaginações.
Autora-Leticia Nascimento Costa
28-12-2019

Fiquei feliz por ela ter aproveitado as dicas que dei, uma crônica com começo, meio e fim, e ela também pesquisou sobre minha pessoa, pesquisou que eu gosto de vinho e queijos, pesquisou que eu sou alto, divertido, amoroso e constatou por si própria que como meu nome, sou hilário todos os dias. Achei muito criativa e poética quando disse que um dia ela quer me conhecer para trocarmos imaginações.
Espero que um dia ela seja uma grande escritora como eu disse na minha crônica, e sua mãe não a acorde para comer o cuscuz da vovó, e quando ela for homenageada na televisão ela se lembre do meu nome, e diga que eu a ajudei a regar a sementinha que estava germinando.

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