quarta-feira, 1 de maio de 2019

Utopia

É feriado, e mal raia o dia na cidade de ruas vazias, o ventinho gelado do fim de outono contrasta com algumas pessoas com roupas leves que vararam a noite em bares e baladas, ainda estão com os corpos quentes de álcool, e com conversas acaloradas, algumas ainda com a lata de cerveja na mão, e com dificuldade de se despedirem, não se sabe por a noite ter sido tão boa ou se pelo medo de enfrentarem o novo dia com o cansaço e a ressaca martelando a cabeça.  Alguns carros passam velozes, são motoristas alcoolizados desafiando o asfalto sem trânsito ou alguém que perdeu a hora do trabalho.
Nos trailers que vendem lanches para os jovens da noite, começa a desmontagem das mesas e cadeiras, e nas padarias modernas muitos carros estacionam para tomarem o café da manhã com o pão na chapa.  Um casal briga na calçada, briga que termina em abraços e beijos, o motivo da briga talvez seja o ciúme, mas uma coisa é certa, depois de um dia de sono ninguém lembrará de nada.
Passa uma moto, deve ser o marido levando a esposa enfermeira para o plantão no hospital, e na calçada um mendigo dorme no chão, será mendigo ou será um bêbado?
Lentamente o dia clareia, lamentavelmente álcool e drogas são a utopia do ser humano. Na calçada jaz um carro com a frente acabada e na rua outro agoniza com a traseira destroçada, motivo: motorista alcoolizado, é irônico, mas talvez os carros também sejam movidos à álcool.

Nenhum comentário:

Postar um comentário