Depois da semana toda chovendo apareceu um sol tímido mas pareceu maravilhoso, depois de todo cinza finalmente a luz me levou até a calçada para contemplar a beleza.
Descendo a rua vinha um monociclo elétrico com seu condutor em estado de riste, com capacete, joelheira e cotoveleira, com as mãos nos bolsos de trás na calça comprida, e o que chamava a atenção era sua postura estática.
Muito estranho, eu sei que este veículo é mais perigoso que uma bicicleta, pois uma pequena pedrinha no caminho pode fazer um grande estrago, pela falta de freios, pela velocidade que anda, e realmente o condutor parecia um ser extraterrestre. Desceu a rua e foi-se embora.
Logo após uma senhora toda de preto sai da loja e atravessa a rua, a roupa era preta, calça e blusa pretos, mas detalhe: o salto do sapato era quadrado, grande e cor de alumínio, e a impressão que tive era que aquilo era uma bateria de lítio para locomovê-la.
Pensando nos dois casos tive a impressão que eram seres de outro planeta que vieram para coletar informações e explorar nossa tecnologia.
Um sujeito careca de nariz adunco, com óculos de armação colorida e lentes espelhadas chega e começa a falar da maçonaria, pergunta se tenho notícias, ele sempre vem aqui e quando perguntou de um colega de trabalho que tinha sumido, falei que ele era italiano mas tinha ido para Portugal para criar ovelhas e cabras, então toda vez que vem me pergunta se o colega tem mandado notícias.
Tem também o dono de um barzinho próximo especialista em espetinhos, que tem o pescoço curto em função de usar roupas espaciais iguais à escafandro, e ele faz um baião de dois maravilhoso, de outro planeta, e tenho certeza que ele não aprendeu no Ceará, que diz de onde veio, mas sim de outra galáxia.
Se você já teve a sensação de estar frente a um alienígena, e não quer falar nada, talvez por medo de represálias, então só sorria, e eu vou entender.