Quem gaba a loca é o sapo e quem gaba o toco é a coruja.
A alma índia pulsa mais forte, e mesmo morando numa metrópole, sua mente vive nas matas, faz os chás de ervas, rala a mandioca e come o peixe frito.
Farofa de farinha de milho e carne seca é o manjar dos deuses e num pequeno terreno planta as ervas que seus ancestrais usavam para fazer curas.
Sonha em um dia ter uma propriedade com muitas árvores e um córrego bem chorão, onde os peixes nadam e os pássaros vão beber água.
Gosta de ser chamada por um nome europeu: "Francesca", mas a alma índia gosta de contemplar a lua cheia em dias quentes e ver o sol se esconder no horizonte como seus antepassados faziam na floresta.
Bebe muita água, entorna a garrafa pet na boca e dá longos goles, e na mente segura uma cabaça e gosta de ouvir o barulho dela se esvaziando enquanto sacia a sede, é a índia na mata sentindo a brisa no rosto.
Nestes dias sua família vai se reunir para uma festa, é como se fosse um Kuarup com muita alegria, muita comida e muitas risadas. Não vai ter corrida de toras e nem lutas de corpo a corpo, mas as lembranças de causos passados vão trazer muitas risadas.
A índia é feliz, vive feliz e cultiva também as amizades, sabe que um dia vai morar no céu no meio das estrelas, mas também sabe que continuará ouvindo os grilos e vendo o pisca-pisca dos vagalumes no meio da floresta.